terça-feira, junho 10, 2008

mecanotecnia - adenda [ou pediram-me posts sobre o Poder masculino 9.0.1]

O caminho do meio é, ao contrário do que geralmente se assume, o mais difícil de trilhar. Não é o da virtude, no significado banal da palavra, é o do funâmbulo. E não é mais fácil, para os homens, largarem a função de carrasco. Até porque quem tem o poder na mão, dele não abdica levemente. Entre outras razões, por não saber lidar com a fragilidade. E é por isso que acho que no fim de tudo, são eles, e não nós, quem mais perde com este sistema. Porque perdem vida. Vendo bem, acho que a partir de agora me vai fazer ainda mais impressão que um homem não se assuma como feminista. Não é só pelas mulheres que o feminismo luta.


...two roads diverged in a wood, and I, I took the one less travelled by.

5 comentários:

MPR disse...

Vénia...

MPR disse...

Lembrei-me agora de um comentário grosseiro, mas que se encaixa bem naquilo que disseste (de uma forma algo enviezada, mas seja).
Diz certo dia um tipo com quem trabalho:
"Deve-se experimentar de tudo na vida, menos levar no cu. Ouvi dizer que quem experimenta não quer outra coisa e eu não quero virar paneleiro."

Manel disse...

:) Pois...

... não é propriamente ter medo do acto físico, é medo da inversão de papéis. A homofobia está directamente ligada ao machismo, a meu ver: um homem que é homossexual assume um papel da mulher [entregar-se a um homem] e isso é uma despromoção, um descer de divisão, uma prova da sua inferioridade, uma vez que a mulher, a quem este raciocínio o cola, é inferior.

Pode parecer boçal, o raciocínio. Mas as cabeças em questão não são outra coisa.


Esse tipo com quem trabalhas está num armário fechado a sete chaves, diria eu. Mas é um armário de madeira maciça que aposto que lhe lixa completamente a decoração da sala... ;)

MPR disse...

É realmente triste. Mais, creio que é uma homossexualidade latente a querer sair, mas sem coragem para o fazer. No limite, é alguém que rejeita a sua felicidade (se essa estivesse no relacionamento com outro homem) apenas pelo preconceito. Doi.
Mas concordo contigo quando dizes que não é só pelas mulheres que o feminismo luta. Há muita cabeça para abrir...
So many heads, so little time...

Manel disse...

Na verdade... we have all the time in the world. ;)