segunda-feira, junho 16, 2008

moralismo de quiosque

Quiosque em Campolide. Nada pipi, revistas penduradas ao acaso, desarrumação geral, algum desleixo. Pergunto à senhora que mortalhas vende. Ela olha-me de alto a baixo e responde, com um subtil orgulho: —Não vendo mortalhas.

Olho-a com vontade me desmanchar a rir, quando à minha frente estão umas quantas onças de Águia, Amber Leaf e Drum. Faço um ar bem-posto e digo o costume, obrigada e boa tarde. A A., à minha espera no caminho para o estúdio e que acaba por ter de me dar um cigarro dos pré-fabricados, tem a reacção que eu não verbalizei à moral guardiã dos meus neurónios: —Então aquilo nos pacotes era rapé...!


Em compensação, no quiosque das Amoreiras, bem quero comprar mortalhas pequenas, para tabaco, sim, para tabaco, e não consigo, só há Smoking vermelhas ou pretas. Caraças, toda a gente sabe, se tens dessas, das duas uma: ou fumas ganzas ou tocas clarinete. Vá-se lá perceber esta gente.

3 comentários:

Rodrigues disse...

Ahah! :D

E não podes fumar ganzas e tocar clarinete? (Enfim... não ao mesmo tempo...)

Manel disse...

Respiração circular, talvez. Ele há gente capaz de coisas inacreditáveis... ;):p

Manel disse...

Estava aqui a discutir a cena com o Puto, se utilizando o nariz, por exemplo, haveria maneira de executar a proeza. E o Puto imaginou uma belíssima variação: pôr a broca na campânula e, em vez de fumar com o clarinete, fumar PELO clarinete. Parece-me uma solução engenhosa, jajaja...