É bom saber que há pessoas que são casa. Tanto que sobrevivem aos maiores tremores de terra, às maiores fissuras, àquela sensação de que o edifício foi abalado até às fundações. Estranho, o conforto que no fundo sabemos que sempre esteve lá e nunca quisemos que morresse. Doce, a música de um afecto que fica e que se dá, que quer continuar a dar-se, a alimentar, a receber. Meu doce amigo. Obrigada [agora que estou a uma distância de segurança e não me podes bater]. Não me sinto obrigada, mas sinto-me agradecida. Fazes parte da minha casa e eu da tua, de ambas as fundações construídas pacientemente em terreno pantanoso. Hoje percebi isso tão claramente que me permiti quebrar, que me permiti alagar, que me permiti lavar-me num lago sem um fundo falso de cimento. Aqui te deixo, em troca da tua generosidade, o teu próprio presente. Com um abraço apertado.
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