... sai do armário!
Bichas. Fufas. Travecas. Trans. Heteros. Rede ex-aequo, ILGA-Portugal, Panteras Rosa, Médicos pela Escolha, Associação para o Planeamento da Família, UGT, BE, SOS-Racismo. Carrinhos de bébé guiados por duas mães, putos às cavalitas de um dos dois pais. À passagem por São Pedro de Alcântara, sangria oferecida pelo dono de um café. As bandeiras coloridas misturando-se no burburinho dos casamentos nas igrejas do Chiado. Reencontros, abraços, gargalhadas, palavras de ordem, eu amo quem quiser seja homem ou mulher ou outra coisa qualquer, deixem passar deixem passar sou paneleiro e o mundo vou mudar, o teu afecto não é maior do que o meu. Temos orgulho porque não temos vergonha. Alguém me diz, divertida, acabei de encontrar a minha professora de inglês, e encontrei também uma antiga colega de escola, mas ela "não é", estava só a observar... as coisas que nos saem pela boca, penso logo, e atalho, —mas olha que eu também "não sou", e estou aqui no meio. Ou melhor, eu sou, como todos nós somos e por isso ali estávamos, por isso tantos ficaram no Terreiro do Paço para continuar a festa no Arraial. Porque, como disse o Vasco Freire dos MPE, vivo num país, porra, onde não posso casar com quem escolher. Não à vergonha. Temos orgulho em estar vivos. E não guardamos segredo.
sábado, junho 28, 2008
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9 comentários:
Eu amo quem quiser.
Sempre o fiz, sempre o farei.
Não dobro, não pactuo, não minto, não engano ...e não pego em bandeiras. Não esta.
Reconheço a importância.
Reconheço o mérito e o trabalho.
Gostava, por vezes, que respeitassem o meu direito à diferença.
Pois então, que caiam agora os raios, coriscos e trovões...
Não por vezes; eu gostava, sempre, que respeitassem o meu direito à diferença.
Quanto às bandeiras... há muito por onde falar. E a inacção é também uma forma de acção. Válida. Mas nem sempre produtiva.
Lol...
Inação...
Bem desconfiei que não passava sem ferroada...
Lol
Não era uma ferroada. Do mesmo modo que não interpretei o teu coment como uma provocação... mas se calhar enganei-me. Ou lol?
E que bela festa foi, não foi? :)
:) Então não foi?
Ainda não foi este ano que fui...
:( Tive concerto em Sintra.
lol, o meu namorido andou por lá todo o dia a fotografar para uma nova revista que vai sair e por três vezes lhe perguntaram "és gay?". a resposta foi "não, porquê? para fotografar para uma revista gay tenho de ser? tás-me a discriminar!". e vai de risa.
fiquei contente por ter ido tanta gente. fiquei triste com a escolha da abordagem dos media, que continua a estereotipar estupidamente, ignorantemente. assim não ajudam nada, obrigadinha.
O problema com a puta da discriminação, é que é toda interior. E crescemos todos na mesma sociedade. Sendo obrigado a, de algum modo [alguns deles, dramáticos], a viver à margem, ou se está de um lado do rio, ou se está do outro. Por mais suave que seja, it works both ways. Poder-se, na boa, ir de risa, já é muito bom. Foi o que aconteceu comigo e a velha questão que é o ser ou não ser. ;)
Quanto aos media, já vi anos piores. Mas realmente, não é preciso estudar jornalismo para saber que as primeiras imagens de uma reportagem curta são marcantes. Podiam ser mistas. Por amor de dEus, não há propriamente um gueto de travestis na marcha, eles não andam todos em cacho, estão no meio de nós, ámen. Está bem, que são vistosos, mas os primeiros planos mascararem totalmente a heterogeneidade da marcha, são em si mesmos afirmações ideológicas. A intenção não é bem ajudar, não. Nem sei se bem se é prejudicar, se é mera parolice... :p
Pena não nos termos encontrado... :|
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