domingo, setembro 25, 2011

remenisemergente.

espera aí... este sentimento... isto não me é estranho. como é que isto se chamava...? ai... está debaixo da língua... esperança? será isso? esperança...

domingo, setembro 11, 2011

na pele.

Mais uma mudança. Vivi relativamente estável até aos 24. Daí para a frente, entre Lisboa e Porto... ora, são sebastião-campo pequeno-ribeira-rua da alegria-boavista-anjos-pinheiro manso (estação de francos)-sá da bandeira (a república feliz)-e agora aqui... nove casas em dez anos. E mesmo assim cada mudança me espanta como a primeira. O conforto imediato de um sítio que está certo, ainda que despido. Os gatos-reflexo da minha própria estranheza racionalizada. Reconhecer e integrar os novos caprichos da luz, do som em volta, do som cá dentro. Garantir que todo o chão já foi percorrido com os pés descalços. Decidir. Todos os dias decidir muitas vezes. E aí reside o percurso mais esquisito, no sentido ontológico da palavra. Os hábitos. Quando saltamos no espaço passamos a peneira do essencial e do contingente. Os objectos mudam de sítio, o papel-higiénico já não está à esquerda, a janela já não está na marquise, já não há marquise (adoro esta palavra, marquise, de cada vez que a digo vejo uma senhora velha tipo duquesa de alba que vive nas cozinhas da classe média, imagino sempre um zé para uma maria, "já alimentaste a marquise?"), ainda falta o piano, ai que me falta o piano, as sequências dos dias, mesmo para quem tende a sequenciá-los pouco (o meu caso) alteram-se porque sim, sem resistências. A respiração muda. Ainda há livros nos pacotes e televisão só a preto e branco. Mas em HD. Quais são os meus hábitos? Estou todos os dias em crivo, a ver se conheço, a ver se aprendo, a ver se decido. Mas são poucos. Vou percebendo, pela nona vez, que são poucos. Há hábitos que são como alguns recheios deviam ser, as cortinas, as louças, os quadros, os móveis. Não são nossos. São das casas.