terça-feira, julho 01, 2008

céu da cama

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Lisboa, Junho de 2008

1h07. Uma e sete. Bom minuto para escrever: —ainda bem que é dia 1. Finalmente, acaba um semestre que só posso classificar de marado. Marado. Sim, sem dúvida, não encontro melhor palavra. Aconteceram-me coisas muito boas, muito bonitas, encontros, reencontros, nós que se desfizeram, outros que se revelaram. Dois espectáculos que me ficaram no sangue, sobretudo o segundo, tão rápido e tão forte. E o cinema, finalmente, uma chuva de tsurus caída de uma nuvem transparente conduzida pelas minhas mãos, as pazes feitas com a câmara, o conforto, vamos acabar sós, meu amor. E muitos abraços, muitos afagos, belos olhos cálidos, claras almas abertas. E muito riso. E muitas lágrimas, reno dakota I'm reaching my quota of tears for the year. E porrada. Muita porradinha. Um thriller romântico que se revelou fraca e banal comédia de costumes. Umas quantas máscaras no chão. Crescer mais um bocadinho. Cada vez dói menos, cada vez se encara melhor no espelho. É uma e sete. Tenho uma amiga, próxima pela força dos laços indirectos, em coma. Vi morrer um homem. Amanhã corto a última ponta solta deste mês. É uma e sete e Junho acabou. Recordá-lo-ei assim, com a luz do crepúsculo morrendo no lampião amarelo.