eras
somente eras
pequenino
e somente eras
fechado
nesse círculo feminino
hoje és salão vítreo
demasiado amplo para tão pequena alma
assustada
espaço obscuro e vitoriano
segregando monstros pelas paredes
a eles te juntas julgando-te comensal
a eles te ofereces cordeiro
alagado em pesadelos
assim esperas salvar-te
assim pensas vingar-te
desse círculo original
que não te atreves
a odiar.
[há palavras que não sei bem de onde vêm; mas se a origem é obscura, a música que as segue como lastro é por vezes claríssima...]
sexta-feira, julho 04, 2008
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2 comentários:
pois as tuas palavras nada têm de obscuro. Cristalinas como sempre. É um prazer ler-te.
Tens que vir cá para eu deixar de ser anónima. Não só não gosto da designação como me sinto uma intrusa... O peso que pode ter uma palavra...
Adriana
É verdade. Mas se há coisa que sabes ser, quando é preciso, é anónima. Já intrusa, não poderias ser menos. Em poucas palavras e poucos silêncios, os meus portões escancaram-se para ti. E é um doce privilégio.
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