quarta-feira, maio 21, 2008

silêncio

há horas em que só resta dizer, ssshhhh. sossega. avança. não te prendas ao nada, que te suga. não cedas a esta sensação de que o ar se enche e se vaza, trazendo uma presença, projectando uma ausência. procuraste fugir-lhe, e o teu espírito transformar num deserto, num campo aberto. aceita, então, ssshhh, sossega. vê-te assim, rodeada de espaço, de terra, e aceita. que se pode construir num pântano? num buraco negro que tudo suga e pouco ou nada devolve? não está nas tuas mãos decidir do nascimento de uma supernova. sobretudo quando, de tanto se recriminar, se retorcer, se diminuir, se enxovalhar, a dor tem um cheiro velho nem nascido, nem investido do seu próprio direito de ser. por isso parece por vezes doer mais fundo. por isso parece por vezes ser apenas vácuo...

... onde já houve tanto. que nada pedia senão um pouco de luz. mas foi cortada. contas em atraso, parece.

4 comentários:

alien aboard disse...

hey i know what you mean...

Manel disse...

:) ... é que só podias ser um alien. ;)

alien aboard disse...

yeap...i'm afraid so :P

Manel disse...

:)