sábado, maio 10, 2008

valsa

Era mais lenta, tão mais lenta esta valsa. Sinto-a correr em meu redor, tento reconhecê-la neste violino liso e aquoso e não consigo. Era mais lenta, raios, o próprio filme era em câmara lenta e agora voa à minha frente. O que falhou, o projector? O meu cérebro de teima? Será que adormeci? Talvez tenha sido apenas isso. Adormeci por um instante. E a valsa perdeu a pulsação, perdeu o chão. Voa eufórica, no salão onde não cabe até embater contra uma parede e se terminar abruptamente. Tento chamá-la, convencê-la, calma, não era esse o tempo, não o comas que o vomitarás, ternária ilusão, abranda, dois três, sshhh, dois três. Terna ilusão. Não era este o tempo, dois três, um dois três... um... e dois... e três...

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