Tinha "Ensaio" no nome, mas teve de cair, diz que os estates do autor não permitem. É um espectáculo, portanto, ou sê-lo-á, a partir de sábado. Mas hoje —ontem—, que a nossa linda casinha fez 210 anos (realmente, ó MPR, o 13 de Maio sempre é uma data importante, não há é muita gente a saber porquê...) , o ensaio foi aberto a quem quisesse. Ainda está tudo por afinar, há soluções por encontrar, marcações bastante livres e algumas absolutamente por definir, a mesa de encenação no meio da plateia e o encenador apoiado na boca de cena e cruzando o palco sempre que lhe dá na real gana. A presença do público dá outro lastro a quem está no palco, sempre, é facto provado, comprovado, re-comprovado e até quando é reprovado, é-o em experiências que não existiriam se não partissem desse dado adquirido. E instalou-se um daqueles tapetes de energia que transportam o trabalho numa fluidez, num caudal que nos refresca a todos e liquidamente nos liga e sintoniza. Fiquei mesmo com pena que não possamos, como estava previsto, passar três horas e meia num acto, com o M a vir segredar indicações ao ouvido de cada um, com as controladas piadas privadas, com os actores a saírem e a entrarem consecutivamente das suas próprias peles para as peles alheias que tomam para si, a serem desafiados a percorrer outro caminho e a aceitarem os riscos, a fazerem pela primeira vez hoje, como o fizeram ontem e há um mês na sala que o público não conhece.
Não imaginam as poucas pessoas que se espalhavam pela tribuna e os assistentes de sala que se puderam sentar na plateia sem restrições que só eles, apenas eles viram o espectáculo como ele foi concebido. Para mim, já estreámos.
quarta-feira, maio 14, 2008
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