Não foi há muito tempo que tive conhecimento da história de Irena Sandler, a enfermeira polaca que salvou milhares de crianças do inferno do gueto de Varsóvia, entre 1940 e 1943, guardando a identidade judaica de cada uma em mortalhas escritas e enterradas em garrafas no jardim para que o futuro as pudesse desenterrar.
Morreu ontem, com 98 anos, e praticamente incógnita. Troféus da sua acção? Uma cadeira de rodas, mercê das fracturas infligidas em interrogatório pela Gestapo, duas mil e quinhentas vidas afastadas do caminho da "solução final" e um brilho deslumbrante no olhar quase centenário. Todo explicado numa simples frase que liminarmente prova que os heróis não existem:
Nós, aqueles que estávamos a salvar as crianças, não somos uma espécie de heróis. Na verdade esse termo irrita-me imenso. O oposto é verdade. Continuo a ter remorsos por ter feito tão pouco.Irena Sendler, 1910-2008
3 comentários:
Ooooh... morreu...
Curioso, teres sabido aqui que ela morreu, uma vez que foi por ti que eu soube que ela vivia. :)
Pois é... A vida dá voltas... E a morte também.
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