quarta-feira, outubro 01, 2008

os argumentários

Pois que eu não sou gaja de deixar passar a oportunidade de chatear, pois que não sou. E como tal, lá mandei o meu amélio para cada grupo parlamentar. A primeira resposta veio do Bloco, que por acaso é a origem da proposta que se vai discutir no dia dez. Não sei se o miolo do hemiciclo ainda vai dar sinal de vida, mas a segunda resposta veio da outra ponta da sala, do CDS-PP. E reza assim:

Exma. Senhora 

Agradecemos o e-mail que nos enviou.

Cumpre-nos informar que o CDS/PP respeita as opções de vida de cada um, no entanto, declinamos uma alteração ao regime do casamento e à sua natureza jurídica

Apresento a V. Exa. os melhores cumprimentos.

Lisboa e Palácio de S. Bento, 30 de Setembro de 2008



Tive de me desviar num repente, para não ficar esmagada sob o peso dos argumentos apresentados. Ainda assim, atrevi-me a responder...


Exm.ºs senhores,

Não querendo desrespeitar as convicções de ninguém, não me é compreensível que o respeito pelas opções de cada um seja compatível com a inconstitucionalidade patente no código civil quanto ao regime do casamento.

Mas aprecio e agradeço a vossa atenção à minha mensagem, assim como a vossa a resposta. Seguem abaixo, se vos prouver dar-lhes alguma atenção, as razões jurídicas pelas quais, como cidadã, considero que a vossa decisão é uma decisão contra a lei-base da nossa democracia. Se outra coisa não está em causa, está pelo menos isso.
Com os melhores cumprimentos,
AJM


Artigo 13.º
(Princípio da igualdade)

1. Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei.

2. Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual.


(...)


Artigo 36.º
(Família, casamento e filiação)

1. Todos têm o direito de constituir família e de contrair casamento em condições de plena igualdade.

(...)


in Constituição da República Portuguesa, Parte I — direitos e deveres fundamentais, Título I — princípios gerais





Continuo à espera da resposta... mas ainda não perdi a esperança de manter uma animada e democrática tertúlia cibernética com a chefe de gabinete do insigne grupo parlamentar mais à direita, jejeje.

7 comentários:

Knuque Mo disse...

com algum humor minha amiga, gostava apenas de dizer: é assim mesmo, é de mulher!!! Além disso, espero que ao sorriso do Paulo Portas não lhe caia o dentinho, nem lhe apareça alguma cárie!!!

Manel disse...

Ena, que bom ver-te por aqui. :))


O Portinhas nem vai ler a cena, palpita-me... mas não me importava nada de ser responsável por um pequeno cataclismo na porcelana... não me caia o dentinho com a graça. :p

Até já, que as saudades já apertam. ;)

Laranja disse...

Man, a mim ninguém me responde, nem Bloco, nem nada!!

:\

MPR disse...

Não percebo que mais argumentos queres, sou contra não chega? A mim convence-me logo! Ele há gente tão picuinhas...

Manel disse...

Realmente... argumentos para quê?

"Por isso eram teus olhos misericordiosos,
por era o teu coração cheio de piedade,
piedade pelos homens que não precisam de sofrer,
homens ditosos,
a quem Deus dispensou de buscar a verdade..."

Anitasb disse...

Há dias, no Grémio, o Gouvarinho dizia: " O Governo está gasto". Eu concordei que sim, "gasto como uma vela de sebo". Mas ele defendia que neste Governo sobrava o talento! É extraordinário! disse eu. Neste abençoado país todos os políticos têm imenso talento, mas, segundo consenso unânime, é o mais estupidamente governado, na Europa. Então, como os talentos sempre falham, porque não experimentam, uma vez, os imbecis?



Os Maias - Crónica Social Romântica, adaptação de Norberto Barroca

Manel disse...

:)