Há pessoas que se reencontram sucessivamente nas sessões dos festivais, algumas conhecem-se, algumas reconhecem-se. É bom, ver o Londres cheio de gente para ver fantásticos documentários de enfiada, mas para sair com esta sensação de felicidade estatística que traz a mancha de público, a descida à terra é de evitar a todo o custo, é a de sempre. Na Nan Goldin, um ressonava no inesperado berço do silêncio. Ao meu lado, um tipo com todas as características exteriores do intelectual-papa-docs, escolheu os momentos mais tocantes do filme para se assoar, para bocejar, no fundo, para criar poços de ar na minha viagem, que estava a ser maravilhosa. A algumas pessoas as melhores dissertações que ouvi foi que na véspera se tinham cruzado com a Nan Goldin no wc e que quanto ao Afterschool, era bom, mas já não há pachorra para filmes sobre adolescentes [lá está, um adulto que não percebe até que ponto aquele é um filme sobre adultos, eu acho preocupante]. Não há conversa possível. Qualquer discussão acima de tal nível vai ser um pavonear pedante, por mais que não se queira. E eis quando o silêncio é de ouro.
Por oposição, do fim do Afterschool, guardo a noite da Alameda, mas também três espíritos em troca, sem merdas, sem presunções, repartindo e contrapartindo as sensações, as questões, as emoções da viagem que sempre é um bom filme.
Dou por mim a perguntar por que razão algumas das pessoas que enchem as salas dos festivais não andam antes nas festas do Buddha Bar, ou qualquer coisa assim. Mas as respostas possíveis são muitas. Por mero acidente de percurso de vida, por exemplo. Por alergia à tequilla, também pode ser. Ou apenas porque acham que os tons escuros e o semblante meditabundo têm muito mais estilo do que as purpurinas. São respeitáveis razões. E vá, ainda bem que existem, ou estes certames estariam absolutamente condenados.
Como dizia a outra, oh gOd, make me good, but not yet.
quarta-feira, outubro 22, 2008
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