abraçaste-me a noite inteira, sentiste? só esse abraço, quente, que me rodeou e aqueceu, que me consolou na cama incompleta. custou-me adormecer, mas quando o escuro desceu veio o teu abraço e o teu peito nas minhas costas, o teu sopro cálido no meu pescoço, carregando-me na paz possível até ao romper da manhã cinzenta.
sentiste?
[Perda após perda, este ano a morte tocou-me no ombro nas mais diferentes formas, nas mais diversas distâncias. E para cada morte houve um nascimento.
E porque é que isso, neste momento, não me consola?]
terça-feira, outubro 07, 2008
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6 comentários:
Há-de consolar, há-de consolar...
Só o tempo.
(Bolas, lamento tanto...)
(eu sei, minha querida, eu sei...)
"um ente querido nunca acaba de morrer" - mia couto
força, querida, muita!
Nunca, mesmo. E se calhar é apenas natural que assim seja. Aquilo que nos liga a esse ente é bem mais do que aquela carcaça tranquila que deixei hoje na incineradora e que agora vai passar a fazer parte de uma planta, como aquilo que nos liga uns aos outros é bem mais do que as palavras, bem mais do que as convenções, bem mais do que as contingências, mais do que nós mesmos, por vezes. Dizem que as melhores coisas da vida são de graça. Eu acho que, pagas ou não pagas, as melhores coisas da vida são aquelas que não conseguimos explicar, e por isso mesmo dispensam verbalização. É, apenas e só, o que de mais verdadeiro e profundo pode unir dois seres vivos. Se falam ou não, isso é bastante indiferente. Se estão próximos ou não, isso... é relativo.
Um grande beijo, minha querida. E quanto á força... right back at you!
Ainda há dias dizia à Raquel que tu eras daquelas pessoas que, víssemo-nos nós todos os dias ou só de ano a ano (que é cada vez mais o caso), isso não alterava a nossa amizade. Não se pode dizer isso de todas as pessoas. ;)
Não, não se pode. E é tão bom quando é recíproco. :)
E por falar nisso... também não é preciso exagerar, quando é que se junta a trutaria, carago?
Beijos imensos.
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