quarta-feira, outubro 29, 2008

isto hoje está um bocadinho ácido, pois...

Estou um bocado fartinha daqueles sorrisinhos. Daqueles caracolinhos. Dos vestidinhos, das sabrinas, dos gestos infantilizados e tão, mas tão fofos. Não há anúncios a pedir-nos para reciclar a fim de contribuirmos para postos móveis de rastreio do cancro da próstata? Anúncios fofinhos em croma branco com os rapazes vestidos em verde-folha, ou amarelo-sol, ou azul-mar, de calçõezinhos, a fazer beicinho sorridente e a dizer "vá lá...", a fazerem lembrar as criancinhas a que toda a gente — e também eu — achava tanta graça?


Tu queres ver que os putos cresceram e os rapazes eram todos trans? Se calhar há aqui uma mensagem subversiva que me está a escapar... Sobretudo se considerarmos que os homens, embora estatisticamente não seja comparável, também podem sofrer de cancro da mama. Mas isso interessa pouco, neste caso. É mais difícil encontrar homens que fiquem bem de bibe, sabrinas e fitinha nos caracóis.

Cada novo anúncio da campanha é mais infantilóide e infantilizante. Só estou à espera de ver uma mulher de xuxa, no próximo. Talvez a FloriLucybela, não sei... é cena para pegar bem e pôr todo o bom pai de família a reciclar furiosamente.

2 comentários:

alien aboard disse...

Oh yeah pink power, so sweet, and so fucking adorable ... é ixo ser-se feminina? ou é apenas infantilizar a mulher? pa mim n há nd mais sexy e feminino numa mulher do k ela lutar plo seu direito a expressar-se, a amar, a trabalhar como ela bem entender...mas é uma campanha k n busca repensar o papel da mulher na sociedade mas apenas cultivar um estereotipo de ideal feminino e é por ixo do ponto d vista d marketing, a meu ver mt eficaz para os fins a k se destina, pk a ideia tb é mxm exa a d associar o publico alvo à campanha do ecoponto c os putos...mulher/maternidade/doçura/candura/lacinhos/"va la"...enfim é por uma boa causa, ele ha coisas piores como a falta d representatividade das mulheres nos orgaos d poder por exemplo...

Manel disse...

Hmmm... pois, eu acho é que a falta de representatividade das mulheres no poder não está, de todo, desligada da publicidade institucional que infantiliza as mulheres.

Ah, pois... ess'é qu'é essa.