Esconjuro o bicho do ciúme, escuro, negro, que tenta apanhar-me fragilizada e tomar conta do território. És uma mascote, cão raivoso, não és o chefe da matilha, eu te esconjuro.
Esconjuro o bicho da posse, que não permito que reja mares que o ultrapassam na sua beleza, na sua profundidade, no seu balanço hipnótico, nas suas águas furiosas. Afoga-te nelas!
Esconjuro o bicho do despeito, devorador das orlas das emoções generosas que só precisam de si mesmas para se regenerarem.
Quando a saudade aperta, eu sinto saudade. O amor, esse, não se defende, resiste apenas porque é verdade. Não te esconjuro, doce animal, pequeno e assustado. Recolho-te e afago-te, lambo-te as feridas. Estou viva.
terça-feira, abril 29, 2008
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