quinta-feira, abril 17, 2008

a lamparina pop

... está cheia de génios. A gente esfrega e sai uma maçã:

I still only travel by foot and by foot it's a slow climb,
But I'm good at being uncomfortable, so
I can't stop changing all the time

I notice that my opponent is always on the go
And
Won't go slow, so's not to focus, and I notice
He'll hitch a ride with any guide, as long as
They go fast from whence he came
- But he's no good at being uncomfortable, so
He can't stop staying exactly the same.


E esfrega-se mais uma vez, lá sai um maço de SG:

E tu, Maria, diz-me onde andas tu
qual de nós faltou hoje ao
rendez-vous
qual de nós viu a noite até ser já quase de dia?
É tarde, Maria.
Toda a gente passou horas em que andou desencontrado
como à espera do comboio na paragem do autocarro.


Os autores... os génios da lâmpada, tocam-se sempre, num ou noutro momento da nossa audição. E de dois fotogramas sem relação se faz uma sequência, ou melhor, uma sobre-exposição, alguém a correr de paragem em paragem de autocarro querendo crer que vai encontrar o comboio porque lida mal com o desconforto e não consegue evitar ficar exactamente na mesma. Mas foi uma das coisas mais importantes que descobri e aceitei no meio de muitas dores de crescimento: I'm good at being uncomfortable, como o aviador, como Dagerman, sou inconfortável, inconsolável. E pelo menos tento não procurar os horários do trans-siberiano na tabela da Carris.

2 comentários:

K. disse...

Os horários do trans-siberianos espreitam por vezes por detrás de alguns espelhos e garrafas de bares... ;)


Beijo, cigarrita.

Manel disse...

Só tu, D. :) Sabes há quanto tempo escrevi isso? Oito anos. Tu leste-o há quatro...

beijo. :)