sexta-feira, abril 11, 2008

roundabout dylan




São seis em um, um em seis. O mais dylan dos dylans, o mais icónico, é ela, o eléctrico judas, e talvez Rimbaud, A-r-t-h-u-r R-i-m-b-a-u-d. Há o velho, há o miúdo, mas o miúdo não precede o velho, como o velho não é o fim mais do que o início, mais do que Billy the kid, mais do que Woody Guthrie dizimando fascistas com dois acordes. Há o protesto transformado em pastor de rebanhos, há a fama e a art life e a drug life e a terminal honestidade da mentira com cheiro a terra, revolvida ou electrificada ou calcetada. Todas as partes de Dylan. E ele não está lá, pois claro que não está. Mas está em Cate Blanchett, em Christian Bale, no maravilhoso puto Marcus Carl Franklin, em Heath Ledger, em Ben Whishaw, em Richard Gere enfrentando Pat Garrett, o seu lendário assassino. Está na trip genial de Todd Haynes, tese desacadémica sobre um artista indissecável. E não, não esteve lá. Porque esteve ao meu lado durante duas horas, rindo, "tripando", pensando e calando comigo. Foi a mim que apresentou o Brian Jones como o guitarrista daquela "groovy covers band".

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