domingo, abril 20, 2008

elogio de eustáquio

há noites assim

em que por detrás das nuvens os olhos adivinham um forte luar
—mas não tão forte que as rompa, não tão amarelo que as coma.

em que a pele não sabe se enrijece
—se arrepia.

em que no ar nada corre
—só farejo a distância.

em que a língua se enrola e se avoluma na boca,
como se nada houvesse para dizer
—ou porque há tanto.

perguntaste, mas a resposta...
não a sei.

e porque há tanto, não falo
—escuto.

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