domingo, abril 27, 2008

mitos vivos em sessão contínua

O homem do século trinta, a voz das profundezas do tempo. Ou de como não é azeiteiro quem quer, mas quem pode. E o que eu gosto de azeite refinado...




O que sai, ao longo dos lentos anos, deste bicho escondido atrás de um boné de baseball, é tão verdadeiro, é tão luminosamente obscuro, que até me esqueço que ele teve alguma coisa a ver com esse Pola X que abomino. Aliás, devo-lhe, no que toca a esse filme insuportável, os únicos momentos em que não se ouviam os diálogos carregados de cagança e esvaziados de significado. Abençoada a atormentada música industrial, que se sobrepunha ao Dépardieu júnior lamentando-se pelos cantos.

O inconsciente é uma fronteira perigosa. É bom passear por lá, mas sem nos atolarmos. É doce ouvir a sua voz, no timbre obscuro de um suicidado pretty boy adolescente transformado em totem dos nossos dias.

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