sexta-feira, agosto 22, 2008

o polvo volta a atacar

Belo. De manhã tinha o dia todo delineado e ia descer ao mar vicentino no sábado, o mais tardar. À hora do almoço gira tudo, e hop, hoje vais ser coordenadora de legendagem para as Bodas de Fígaro. Mas ensaio? Não, minha linda, é a estreia... a ESTREIA!!!????

Ir buscar a partitura, acabar as anotações em contra-relógio da Paula, e mesmo assim sair de casa com dois actos por anotar. Nos últimos anos não percorro assim tanto a marginal em que vivi, e, caramba, não consigo deixar de me surpreender com o número de rotundas. A sério, não terão exagerado, assim, só um bocadinho? Cascais, por sua vez, continua linda, apesar de atravancada, e cada vez mais parecida com uma construção de legos habitada por pinipons de camisola às riscas. O percurso fez-me bem para respirar fundo e relaxar: é de alto risco, pois, e por isso mesmo não devo nada à perfeição, todo o acerto será uma vitória, um pouco como o guarda-redes antes do penalty. Quatro horas de penalties. E não é que fui defendendo? Considerando que o o segundo acto foi revisto e o terceiro anotado na hora anterior aos primeiros compassos da abertura, e o quarto nos vinte minutos de intervalo, diria que correu mesmo bem. Se a isso acrescentarmos dois cortes não assinalados na partitura e uma má tradução, diria até que foi perfeito. Tudo secundado por um Cherubino e uma Condessa de primeira apanha. Pronto, mais uma secção a acrescentar no currículo: bombeiro. Domingo há mais. E agora com tempo para limar arestas [jejeje], até é capaz de dar tempo para ir à casa de banho durante as quatro horas da récita. Não esquecer de levar outra vez chocolate. O Mário não resiste, a Cremilde finge que não vê, e sempre vai aquecendo a noite.


Noite de vários lucros, mas há dois que ficam necessariamente à frente: Mozart e voltar a ouvir a gargalhada da Marisa.

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