O cérebro é uma máquina. Mas há imagens que levam tempo a revelar e de repente surgem penduradas na corda. Daquelas imagens não pixelizadas, das que obrigam a amarelar as mãos no nitrato de prata e só ao fim de alguma escuridão ganham contornos. Era escuro e grande, o carro. Tu ias de verde e rias e mudaste repentinamente de expressão quando me viste. Soube imediatamente que carro era. Sei agora que estava certa. Sei, portanto, que dia era. Sei o que ias fazer. Acredito em coincidências, mas não deixo de lhes achar graça.
Nesse dia andei Lisboa quase toda. Ainda chorei muito. Vi um grande filme. Escrevi uma curta. E fiz uma ferida no pé, de tanto caminhar. Carne viva.
Já está quase sarado, o pé. E o choro foi tanto que acelerou o calendário.
Numa semana passaram dois meses. E eu desejo que esse dia te tenha sido tão importante como me foi a mim.
quarta-feira, agosto 20, 2008
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