Ok, simbolizar simbolizar. Setembro começa com um corte. Pode não ser mau. Começa comigo a tentar não sujar a camisola branca enquanto com a mão direita, a única livre, procuro gaze, compressas, bétadine, nada, ah, percebo, devia ter um estojo de primeiros socorros e agora não tenho propriamente tempo para ir tratar disso. O Filipe, a quem peço ajuda na escada, também se apercebe com isto de que tem de ir às compras amanhã. O lavatório, o chão, a caixa dos medicamentos, tudo pinga e escorre vermelho vivo, vermelho meu. A minha casa é um filme gore e os gatos olham o meu estado de semi-pânico, entre o riso, o auto-insulto e o desmaio, enquanto enrolo um turco em redor do dedo a ver se pelo menos estanco a torrente. Sinto-me branca, isto não vai correr bem, pressiona pressiona respira, pensa nas piadas parvas de criança, sai-te a tripa grossa por aí, que a fina não cabe, goza, andar para o posto médico faz-me bem, o vento acorda-me, o movimento impede o torpor, se tivesse como fazia figas para que o posto esteja aberto, o Filipe ri-se, o posto está fechado, deita o ar fora, ele não te falta, é só uma pequena crise de ansiedade, um e dois e... passou. Carro, São José, pontos, então? depois de duas anestesias já não é dor, SÓ SE FOR NO SEU DICIONÁRIO, CARAGO!!!
Ufa... Simbolizar, simbolizar. Comi cabidela ao almoço. E Setembro começa com um corte, profundo, na diagonal, de várias camadas, de muito vermelho. Pode não ser mau. Mas só penso em Wilde e em como o entendo e como nestas alturas o que menos me preocupa é o cérebro sem fundo que o mais do tempo me dá tanto trabalho. Livrai-me, senhor, das dores físicas, que das espirituais trato eu.
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