quarta-feira, outubro 31, 2007

ratoeira

Duas semanas de vida na aldeia urbana da Batalha, dois minutos a pé até aos trabalhos, horários distendidos, dias grandes e cheios, e de repente, podre de uma viagem de comboio, mais uma noite mal dormida e uma semana intensa, vejo-me atirada para o mar metropolitano que se atropela, que bloqueia as portas e estupidamente encrava qualquer fluidez de movimento, que fuçanga e consegue mover-se entre centenas de pessoas em torvelinho como se estivesse em casa, como se estivesse só no mundo. Mais umas inesperadas baforadas de tabaco numa curva do cais da Alameda, sempre a calhar, mais uma tarde de estúdio com as máquinas todas a falhar, e olha que está a distorcer, ai que não oiço bem, sobe o som guia, baixa o retorno, cuidado com a boca desse dinossauro, merda, parece que deitei fora o take errado, aaaaaaAAAAAAARGH!!! E chegar completamente exausta ao desejado reencontro no Paraíso, fazer a aula possível com a ajuda de um croissant com chocolate da Bénard, escapar-me a assistir ao ensaio, e mais um bocadinho de inferno metropolitano, e finalmente o fim, os bichos, o puto, as línguas desatadas pelo cansaço e por quinze dias de distância. Respiro, agora. Mas a cidade hoje esteve assim, uma ode aos ratos.

Ode Aos Ratos.wma

2 comentários:

Anonyma disse...

Diria que faz tempo que assim é.
Tristemente...
"uma ode aos ratos"
...de todo o tipo...

Anónimo disse...

"Esqueço que sou rato e sou formiga aos pés das pernas, formiga pequena que se apaga eterna na milésima perna que corre e atropela. Esqueço que agora sou formiga, agora sou rato,agora vivo, agora mato..."

xomos todos formigas rabigas e ratos k agora vivem agora matam, formigas e ratos c/ o rei na barriga lol