terça-feira, outubro 02, 2007

meditações pós-desconstrução-pela-rama-no-maria-matos

ou
alguém me explica como se pode tencionar fazer uma desconstrução da dramaturgia de Hamlet em uma hora e quinze minutos sem pedir ajuda à companhia teatral do chiado?

Peter Brook disse, numa das conferências reunidas sob o nome de O diabo é o aborrecimento, que as grandes obras não têm uma forma, têm uma direcção, um sentido, uma energia. É Hamlet. Não Hamlet-o-texto, este sendo obra-prima gémea em génio de outras primas da mesma pena, mas Hamlet, a figura que Shakespeare criou a partir de um obscuro mito historico-literário. O príncipe Hamlet não tem forma, tem uma direcção, um sentido, uma energia, contém tudo de claro e de obscuro, de universal, é uma obra-prima dentro da obra-prima, é ego e é tudo, é louco e clarividente, é humano e intangível. Tanto ou mais do que as palavras em que vive.

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