terça-feira, novembro 25, 2008

aguarela

Este bairro tem sido um dos meus grandes lucros dos últimos anos. E uma constante facada nas minhas intenções de ser mais e mais resistente à tentação respigadora, pois se uma amiga já levou do meu lixo uma belíssima manequim a quem pôs o lindo nome de "sally" [e ó, se lhe fica a matar...], já houve quem acartasse poltronas estacionadas à minha porta, mesas de cabeceira, cadeiras, e cá em casa já moram um carrinho-de-mão em palhinha vermelha, duas molduras de madeira que adoramos e ainda não percebemos porquê, e uma televisão a preto e branco, pequenina e cor-de-laranja, com écran de vidro e a funcionar em beleza, um verdadeiro vintage cuja propriedade ainda não está plenamente esclarecida [para já o usufruto é meu, não me queixo — é que é linda!].

Mas hoje ia entrar no prédio e deparo-me com este Cézanne. Nem a mínima dúvida me cruzou o espírito de que se tratava de um original, mercê das alturas indiscutivelmente inalcançáveis pela mais insidiosa das cópias. Realmente, há quem deite fora verdadeiras preciosidades...


Anjos, 25 de Novembro de 2008

1 comentário:

polegar disse...

ah, tens de me ir avisando que eu sou muito respigadora. tanto que já ganhei fama: no outro dia uns amigos nossos encontraram no lixo uma daquelas coisas "que vocês devem gostar" - como em isto do lixo é mesmo a vossa onda...

e pois que adorámos: uma colecção enorme de bobines 8mm basicamente da vida de uma família, cruzando pelo menos 3 décadas... além de termos delirado com as caixas (nós e as embalagens), já estamos à procura de um projector para nos deleitarmos com essa maravilha que vai ser uma viagem pelos anos 40, 50 e 60...

já pensaste, houve alguém que deitou fora a história de uma vida... :S