segunda-feira, novembro 17, 2008

a tarefa

A tarefa de um homem livre é saber-se mortal e manter-se de pé à beira do abismo.

Cornelius Castoriadis,
Uma Sociedade à Deriva


Regresso. Tenho a tábua à minha espera e o corpo à espera delas, a boca à espera das suas palavras. De novo ao encontro do que me encontrou para me mostrar a clareza do perigo no verdadeiro equílibrio. No outro lado da casa. Na outra casa cá dentro. E seguindo pela vida no trilho deste filme: um gigantesco flop, como só uma obra-prima sabe ser.


3 comentários:

Gatos y Garabatos disse...

"Todos los hombres son como flores perdidas en el desierto. Pero cada tanto surge una flor que borra transitoriamente el desierto. Poco importa si esa presencia es o no humana. Los jardines y los desiertos no preguntan la filiación de sus brotes." Roberto Juarroz

Manel disse...

Y para qué preguntar? :)

Anónimo disse...

"(...) à beira do abismo, neste caos desprovido de sentido e no qual nós fazemos emergir a significação."

Nós, individual e colectivamente, que traçamos o caminho e tecemos o curso da história. Mas aquilo que fazemos, nos labirintos do quotidiano e moldando a escolhas em sociedade, é realização em cima do já feito, pensar depois e com quem já havia pensado, o ciclo ininterrupto do fluxo social do fazer, por ora mais quebrado e estilhaçado.
A tarefa do homem livre é perguntar a si mesmo, continuamente, se realmente o é. Tarefa já de si, na luta interior e exterior, gigantesca. Porque temos uma determinada estrutura psíquica, cultural, emocional, física... Porque na nossa necessidade de pertença também fazemos por ser aptos e adequados... ao que existe. Ser livre é questionar o que é dado, o que existe, o que 'é'. Na política, na acção, na vida, no amor...

(Questionar é procurar o sentido, não é afirmar que tudo possa ser qualquer coisa.)