Algo está suspenso
O mesmo arco
Eu diria que não vejo nada e que não sei.
Algo está suspenso. A hora repousa.
Eu quero estar vivo como uma ferida, como um signo,
não mais do que um rumor de coisa nua.
Neste momento nada é confuso nem opaco.
Os labirintos são trémulos, transparentes.
Dir-se-ia que atravesso um jardim e toda a vida
repousa entre as forças da cinza
e o fulgor da chama. E adormeço
sentindo a beleza e o tempo, o mesmo arco
iluminado.
António Ramos Rosa
[post de Truta Vermelha, aka, Rodrigues, aqui em 2004]
domingo, novembro 16, 2008
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8 comentários:
é o "meu" jardim...
:)
Eu lembro-me deste post. Curioso, já passaram mais de quatro anos.
Às vezes parece que a hora nao repousa tanto como deveria... :)
:) O que tu foste buscar!...
...
Isso é porque há sempre algo que está suspenso, K.
E por isso a hora nao repousa tanto?
Já parece os 127 salmonetes de cada post... :)))
Sim: por isso, a hora não repousa tanto. ;)
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Às vezes, chegávamos aos 300 salmonetes.
E do MOCHAT, alguém se lembra... ;)
O mais giro, Rodrigues, é que era a foto e o poema, era tudo, era o post que definia o estado do ar à minha volta. E na manhã seguinte, à beira de vir para o Porto, pensava em como não tinha conseguido ir visitar-te, pensava em ti, pronto, e ligo o rádio às oito da manhã e penso que estou a sonhar porque é a tua voz que sai dele.
É essa a força di cretcheu... ;)
É essa a força, sem dúvida...
:)
beijo. :))
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