Hoje no ensaio deu-me para entregar um discurso amoroso como se fosse uma arenga política, berrada e agressiva quanto baste. Relações de poder, enfim, e não é possível esquecer completamente o peso nazi quando se mergulha em Fassbinder. Foi uma escala importante, parece-me. Mas rebentei com a voz toda. Primeiro fiquei um bocado deprimida. Bem sei, por experiência, que a técnica não é o que mais nos preocupa no acto da improvisação, mas caramba, estava com a voz impecável no momento anterior e ando eu para aqui a dar aulas disto, que fraude...
Mas rapidamente me apercebi do fenómeno que me embalou. O meu corpo reconheceu imediatamente a situação e colocou o centro onde o sinto em grande parte dos discursos políticos aparentemente veementes: fora. Fora do corpo, fora da carne, fora da verdade. E ou muito me engano, ou não foi por isso que perdeu um pingo da convicção.
domingo, março 30, 2008
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