segunda-feira, fevereiro 09, 2009
milk [curiosamente muito parecido com mlk]
Não é este o filme, mas é este o homem. E o homem e a história são estrondosos, absolutamente. Não é o fim, o assassínio, que os valida. A sensação ao fim de muitas gargalhadas, muito pensamento, muitas lágrimas, muita vibração [caraças, é tão bom ser remexida assim por um filme luminoso sem um pingo de proselitismo!], a impressão final é a de que o filme existiria plenamente sem a morte, tão vivo e válido sem ela como com ela, apenas com um fim diverso. E não são muitas as coisas que dispensam o fantasma da morte para viver em pleno a sua beleza. Acabei de escrever uma parvoíce. Não há vida que não o tenha, não há humanidade que não o traga em si, mesmo que não o traga em primeiro plano. Adiante. Onde está o peixe?
Milk é um filme cheio de luz, porque recebendo as sombras se recusa a colocá-las na gaveta, espeta-as simplesmente na porta do frigorífico, corta-lhes o poder pela raiz. Porque sai das mãos de um realizador-autor-artífice de alto calibre, é uma maravilhosa obra de cinema. Porque tem um elenco fabuloso. Porque tem Sean Penn. E há muito tempo que não me emocionava tanto com um actor. Mesmo.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
Tanto talento numa pessoa só chega a ser injusto. Quem se lembra de filmes como Mystic River até se arrepia com a comparação. Quanto a Milk, é sem dúvida um grande filme...
... ou como Dead Man Walking, por exemplo.
É, só apetece chamar-lhe nomes. E é uma sensação tão tão boa, não é? ;) É a trabalhos assim que apetece chamar "dádiva", sem medo das palavras. A generosidade transborda de cada fotograma. Penn é graaaaande. :)
Enviar um comentário