sexta-feira, janeiro 02, 2009

na noite


Santo Amaro de Oeiras, 1 de Janeiro de 2009


Na noite
Na noite
Eu uni-me à noite
À noite sem limites
À noite.

Minha, bela, minha.
Noite.
Noite natalícia
Que me enches do meu grito
Das minhas espigas
Tu que me invades
Que ondulas ondulas
Que ondulas a toda a volta
E fumegas, e és tão densa
E muges
És a noite.
Noite que jaz, Noite implacável.
E a sua fanfarra, e a sua praia,
A praia ao alto, a praia em todo o lado,
A praia bebe, seu peso reina, e sob ele tudo se verga.
Sob ele, sob mais ténue que um fio,
Sob a noite
A Noite.

in
Doze Dias Numa Corda, poemas mudados para português por Herberto Hélder

3 comentários:

Anónimo disse...

Bom ano!

Manel disse...

Bom ano, João! :)

K. disse...

Nao conhecia. Gostei. Um beijo, querido Manelito.