Vi a luz do mundo em 1898. Os meus pais são da Floresta Negra. A escola primária aborreceu-me durante quatro anos. Durante os meus nove anos de liceu em Augsburgo, não consegui melhorar substancialmente os meus professores. Nunca se fartaram de me tentar quebrar o sentido do ócio e da independência. Na Universidade frequentei medicina e aprendi guitarra. No liceu, através de vários desportos, contraí uma fraqueza do coração, que me introduziu aos mistérios da metafísica. Durante a Revolução, eu trabalhava no hospital como auxiliar de medicina. Depois, escrevi umas peças, e na primavera passada fui parar ao Hospital de Charité por subnutrição. O Arnolt Bronnen não conseguia ajudar-me substancialmente com o seu ordenado de funcionário. Depois de 24 anos de luz do mundo, estou um bocado seco.
Bertolt Brecht, carta a Herbert Jhering, 1922, trad. Jorge Silva Melo
terça-feira, dezembro 30, 2008
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1 comentário:
...mas não menos espirituoso...isso nunca...LOL
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