André Sant'Anna
Entre venenos vários e côncavas convexidades, entre os corpos e os tantos olhos de uma actriz, entre a dor de corno e a dor de ser aqui, é esta a pergunta que me fica e que afinal estava escrita pelo autor no programa que só agora li. Sou a raiva ou a irrisão, o distanciamento supremo do riso? Ou sou a dor no espelho? Ou sou a neutralidade abandonada do nosso Português de vogais fechadas e exuberância reprimida? Ou sou apenas a distorção da guitarra, o som bruto abaulado por uma alavanca? Pois, isso. Sei lá. Há realmente perguntas sem resposta. Mas só são honestas se o seu motor for uma honesta procura da resposta. E uma honesta resignação a que a resposta possa não vir. E esperá-la, ainda assim. E honrá-la, ainda assim. Pois, sei lá. Que sei eu?
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Sei, e é essa a razão deste post, que está uma actriz com um texto à sua altura em Guimarães até domingo. Ou um texto com sorte na actriz. Distinção, esta sim, desnecessária. No Teatro Oficina, Flávia Gusmão dá-nos 'Amor'. Haja quem o saiba receber.
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