sábado, fevereiro 23, 2008

orgulho de moura

Ainda hoje comentava que já não consigo cantar a Etelvina sem encher de sotaque os discursos directos (saiba que fui bácináda, saiba que sou malcriada...) sem suspeitar que o grande troféu do dia me aguardava no bar, após o espectáculo. Um patrício, senhores, não alguém algures da região de Lisboa, mas um patrício de Oeiras, descueirado na Sebastião e Silva enquanto eu me descueirava em Paço d'Arcos, na escola sem nome que agora se chama Luís de Freitas Branco. Este patrício, recentemente imigrado na muy leal e invicta cidade, estava na dúvida se seria eu a tal que era de Oeiras, ao ouvir-me reclamar em dialecto tripeiro ao balcão pelas sandes manhosas que me esperavam. Estou orgulhosa, carago. Com as sílabas todas.


Mas é também por isto que hei-de estar sempre bem onde não estou. Aqui nunca passarei de uma principiante. E já sei que assim que chegar a Lisboa vão começar a tentar convencer-me de que as sílabas finais de uma palavra grave não são assim tão importantes, e de que há "is" que não são para ser ditos. A minha resposta será sempre a mesma: é defícil ser mai'redículo.

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