Nada chega, nada chega, tudo, absolutamente tudo é insuficiente. É preciso trabalhar, é preciso produzir. Esforço. É a palavra-chave, não é? Esforça-te pelos teus objectivos, luta, batalha. Bom, começa por traçá-los, aos objectivos, já não é um mau começo.
WRONG!
É um péssimo começo. E aí está o palco para mo provar. Tenta fazer acontecer, e falharás. Assume que não passas de um veículo e deixa-te surpreender por aquilo que produzes de modo aparentemente involuntário. Abre os canais, deixa que vibrem livremente, observa, escuta, distancia-te e aprende os momentos em que deves largar o volante, és um veículo, não o condutor. O condutor é o homem-fantasma, que vê tudo sem ser visto. Às vezes passa-te a mão pelo rosto, sentes o seu afago, outras vezes parece que falta à cena e lá tens tu de te safar o melhor que podes. Mas quando não o intimas a comparecer, quando não o forças, ele não te abandona, é um fantasma de confiança. Mas não te esqueças, funâmbulo, que não podes deixá-lo adormecer. Apenas isso, mantém-no acordado. E confia.
As melhores coisas que nos acontecem não são objectivos, são sub-produtos de objectivos que acabamos por reduzir à sua insignificância. Acabamos até por esquecê-los, de tão desimportantes. Como Peer Gynt, o nosso império está aqui, mas não o reconheceremos se não dermos a nossa solitária volta ao mundo. E à cebola.
sexta-feira, fevereiro 15, 2008
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