quinta-feira, abril 30, 2009
do you reason with your condition?
cinquenta e sete dólares, um telemóvel, e olhos por dentro e para fora.
prémio para melhor filme num dos maiores festivais de curtas do mundo, o Tropfest NY 2008.
e o cérebro vai cantando as palavras que não ouve, as palavras que se cosem entre duas cidades.
por Jason van Genderen (realização), Shane Emmett (produção) e John Roy (música).
quarta-feira, abril 29, 2009
vá, o tamiflu mata o papão...
então parece que é desta que se livram do stock que compraram à maluca na altura da histeria da gripe das aves, não é verdade? cedo ou tarde, chegam os lucros do medo, é o que vale... Recorre-me na cabeça aquele trecho do Borges sobre o Billy the Kid: "o quase menino que ao morrer aos vinte e um anos devia à justiça vinte e uma mortes — 'sem contar os mexicanos'."
[onde é que eu já vi isto, óinc...?]
[onde é que eu já vi isto, óinc...?]
everybody says that living is easy
tinha a minha secreta esperança no Sax and Violins [afinal era Eno à mistura, que rico par de jarras...]. mas pronto, mesmo sem isso, sem Psycho Killer, sem Naïve Melody, foi brilhante e eu nem dei pela falta de nada. o rei da subtileza, da inteligência levada a cúmulo da estupidez, das afinações mínimas e do aparente laisser faire com que tudo acontece. mestre, é o nome que lhe fica bem. e na boa tradição do budismo, sempre o foi, não é da idade. que, como se sabe, é a mesma desde que o próprio descobriu o sentido da expressão "stop making sense".
david byrne — coliseu dos recreios, Lisboa, 28 de Abril 2009 - ajmm
david byrne — coliseu dos recreios, Lisboa, 28 de Abril 2009 - ajmm
terça-feira, abril 28, 2009
afinal...
... a mão sempre esteve fechada. só não se fechava em punho, em força, em dona. apenas em amor. em carícia. em algum medo. arrumar a vida pode ser uma experiência reveladora. e salvadora. e eu sou bem mais corajosa do que às vezes penso... por isso me pico. por isso às vezes faz sangue.
Lisboa, outubro de 2007
Lisboa, outubro de 2007
o actor cirúrgico
— Ah, you know, I just love all your wild characters, Peter, but backstage here you can just relax and be yourself.
— But that, you see my dear Kermitt, would be altogether impossible. I could never be myself.
— Never yourself?
— No. You see... there is no me, I do not exist.
— I... I... I beg your pardon...?
— There used to be a me... but I had it surgically removed.
segunda-feira, abril 27, 2009
domingo, abril 26, 2009
ontem...
houve grândola e chuva de cravos e finalmente a Dri na tribuna.
hoje há ânsia, sem tristeza pelo até já.
amanhã há casa. a estrada e casa.
e eu sou já feliz por antecipação.
e sinto já as brechas que ficam, as faltas que vou sentir.
as saudades dos irmãos.
se isto não é riqueza...
hoje há ânsia, sem tristeza pelo até já.
amanhã há casa. a estrada e casa.
e eu sou já feliz por antecipação.
e sinto já as brechas que ficam, as faltas que vou sentir.
as saudades dos irmãos.
se isto não é riqueza...
perdoem-me, isto não são maus fígados...
pelo contrário. eu até me controlo em certas coisas, e se vejo um espectáculo de que não gosto e não há nada de construtivo que possa dizer, prefiro calar-me, é essa a escolha-padrão.
mas há duas coisas que eu não consigo não dizer. uma cá perto, outra também, pela internet.
1. um musical não é uma revista. o som que se diz não pode ter o reverb daquele que se canta [sobretudo quando se canta com reverb até enjoar]. e pois, ele é meu amigo, mas só me diverti a ver o Pedro Pernas e é essa a verdade. um musical não é uma revista [já disse isto? não me lembro...], um gag banal não pode durar minutos intermináveis e a economia de tempo é fulcral para um espectáculo — o diabo é, sempre foi e sempre será, o aborrecimento. e um musical — sobretudo um bom musical — não é uma revista [já disse?]. e as mamas da Rita Pereira não chegam para aguentar duas horas e tal de tiros ao lado. ah, e um musical não é uma revista, ok? [suspiro] hoje passei a tarde no Coliseu, quando ela me seria preciosa para tantas outras coisas. Ai Pernas, Pernas, só tu...
2. gosto do fenómeno Susan Boyle, mas não pelas razões generalizadas entre os frequentadores do youtube. miss Boyle parece-me muito digna de simpatia. mas é a prova viva de que as tiradas do nosso Fernando Eldoro nos ensaios da av. de Berna eram acertadíssimas. o fenómeno Boyle é a encarnação do famoso "bbbbmas bbbvozes bonitas há muitas na apanha da fruta". desculpem lá, mas Susan Boyle não é uma grande cantora. é um instrumento, impressionante não o nego, mas que, ciente das suas capacidades, se exibe e faz circo baseado no decibel. não há frase, não há imagem, não há nada de artístico, só há cambalhotas da voz. vou ser simpática, pronto: considerando que é autodidacta, não é má ginasta. e conhece minimamente o instrumento que tem — repito, excelente. querem falar socialmente? falemos então socialmente, assumidamente. é possível que cresça, artisticamente? sim, a idade não é necessariamente impedimento. mas susan boyle pode ser um fenómeno social, é sem dúvida um fenómeno mediático, não é um fenómeno musical nem tão pouco vocal. tenham lá paciência. vozes bonitas há muitas na apanha da fruta. não é isso que faz um cantor. que pode surgir na apanha da fruta ou na fila do subsídio de desemprego algures na Escócia. mas não é o caso. desculpem lá ser estraga-festas...
mas há duas coisas que eu não consigo não dizer. uma cá perto, outra também, pela internet.
1. um musical não é uma revista. o som que se diz não pode ter o reverb daquele que se canta [sobretudo quando se canta com reverb até enjoar]. e pois, ele é meu amigo, mas só me diverti a ver o Pedro Pernas e é essa a verdade. um musical não é uma revista [já disse isto? não me lembro...], um gag banal não pode durar minutos intermináveis e a economia de tempo é fulcral para um espectáculo — o diabo é, sempre foi e sempre será, o aborrecimento. e um musical — sobretudo um bom musical — não é uma revista [já disse?]. e as mamas da Rita Pereira não chegam para aguentar duas horas e tal de tiros ao lado. ah, e um musical não é uma revista, ok? [suspiro] hoje passei a tarde no Coliseu, quando ela me seria preciosa para tantas outras coisas. Ai Pernas, Pernas, só tu...
2. gosto do fenómeno Susan Boyle, mas não pelas razões generalizadas entre os frequentadores do youtube. miss Boyle parece-me muito digna de simpatia. mas é a prova viva de que as tiradas do nosso Fernando Eldoro nos ensaios da av. de Berna eram acertadíssimas. o fenómeno Boyle é a encarnação do famoso "bbbbmas bbbvozes bonitas há muitas na apanha da fruta". desculpem lá, mas Susan Boyle não é uma grande cantora. é um instrumento, impressionante não o nego, mas que, ciente das suas capacidades, se exibe e faz circo baseado no decibel. não há frase, não há imagem, não há nada de artístico, só há cambalhotas da voz. vou ser simpática, pronto: considerando que é autodidacta, não é má ginasta. e conhece minimamente o instrumento que tem — repito, excelente. querem falar socialmente? falemos então socialmente, assumidamente. é possível que cresça, artisticamente? sim, a idade não é necessariamente impedimento. mas susan boyle pode ser um fenómeno social, é sem dúvida um fenómeno mediático, não é um fenómeno musical nem tão pouco vocal. tenham lá paciência. vozes bonitas há muitas na apanha da fruta. não é isso que faz um cantor. que pode surgir na apanha da fruta ou na fila do subsídio de desemprego algures na Escócia. mas não é o caso. desculpem lá ser estraga-festas...
sábado, abril 25, 2009
bom dia [escuridão nunca mais]
hoje houve tambores com fogo de artifício, irmanadas por momentos duas revoluções assim a modos que falhadas. uma menos vermelha que a outra, à conta dos litros de sangue poupados. o poeta foi-se, com céu de sobra por dentro dos seus olhos. e a poesia? está na rua?
já Gaia
Março de 2009
Era Um Redondo Vocábulo - José Afonso
já Gaia
Março de 2009
Era Um Redondo Vocábulo - José Afonso
sexta-feira, abril 24, 2009
burning out
BAAL Tens um rosto cheio de vento. Côncavo... Tu não tens rosto nenhum. Tu não és absolutamente nada. És transparente.
EKAART Estou cada vez mais matemático.
BAAL Nunca se sabem as tuas histórias. Porque é que nunca falas de ti?
EKAART Não tenho histórias nenhumas. Anda alguém a correr lá fora.
BAAL Tens bom ouvido. Há qualquer coisa sobre ti que tu encobres. És um homem mau, tal e qual como eu. Um diabo. Mas um dia hás-de ver ratazanas. E nessa altura ficas outra vez bom.
Bertolt Brecht, Baal, trad. Yvette K Centeno
Hot Math - Andrew Bird
amanhã por esta hora já não sou Baal.
EKAART Estou cada vez mais matemático.
BAAL Nunca se sabem as tuas histórias. Porque é que nunca falas de ti?
EKAART Não tenho histórias nenhumas. Anda alguém a correr lá fora.
BAAL Tens bom ouvido. Há qualquer coisa sobre ti que tu encobres. És um homem mau, tal e qual como eu. Um diabo. Mas um dia hás-de ver ratazanas. E nessa altura ficas outra vez bom.
Bertolt Brecht, Baal, trad. Yvette K Centeno
Hot Math - Andrew Bird
amanhã por esta hora já não sou Baal.
quinta-feira, abril 23, 2009
as palavras e o acaso — círculo de sonhos
HISTÓRIA DOS DOIS QUE SONHARAM
O historiador árabe El Ixaqui refere este acontecimento:
"Contam os homens dignos de fé (mas só Alá é omnisciente e poderoso e misericordioso e não dorme) que houve no Cairo um homem possuidor de riquezas, mas tão magnânimo e liberal que as perdeu todas menos a casa de seu pai, e se viu forçado a trabalhar para ganhar o pão. Trabalhou tanto que o sono o venceu uma noite debaixo da figueira do seu jardim e viu no sonho um homem todo encharcado que tirou da boca uma moeda de ouro e lhe disse: 'A tua fortuna está na Pérsia, em Ispaão; vai lá buscá-la.' Na madrugada seguinte acordou e empreendeu a longa viagem e enfrentou os perigos dos desertos, dos navios, dos piratas, dos idólatras, dos rios, das feras e dos homens. Chegou finalmente a Ispaão, mas no recinto dessa cidade surpreendeu-o a noite e deitou-se a dormir no pátio de uma mesquita. Havia, junto à mesquita, uma casa e, pelo decreto de Deus Todo-Poderoso, uma quadrilha de ladrões atravessou a mesquita e meteu-se na casa, e as pessoas que estavam a dormir acordaram com o barulho dos ladrões e gritaram por socorro. Os vizinhos também gritaram, até que o capitão dos guardas-nocturnos daquelas redondezas acudiu com os seus homens e os bandoleiros fugiram pelo terraço. O capitão mandou revistar a mesquita e nela encontraram o homem do Cairo e deram-lhe tantos açoites com varas de bambu que esteve às portas da morte. Ao fim de dois dias, recuperou os sentidos na prisão. O capitão mandou-o buscar e disse-lhe: 'Quem és tu e qual é a tua pátria?' O outro declarou: 'Sou da famosa cidade do Cairo e o meu nome é Mohamed El Magrebi.' O capitão perguntou-lhe: 'O que te trouxe à Pérsia?' O outro optou pela verdade e disse-lhe: 'Um homem ordenou-me num sonho que viesse a Ispaão, porque aí estava a minha fortuna. Já estou em Ispaão e vejo que essa fortuna que me prometeu devem ser os açoites que tão generosamente me deste.'
Perante semelhantes palavras, o capitão riu-se até mostrar os dentes do siso e acabou por lhe dizer: 'Homem desatinado e crédulo, três vezes sonhei com uma casa na cidade do Cairo em cujo fundo há um jardim, e no jardim um relógio de sol e depois do relógio de sol uma figueira e a seguir à figueira uma fonte, e debaixo da fonte um tesouro. Não dei o menor crédito a essa mentira. Tu, contudo, aborto de uma mula com um demónio, vagueaste de cidade em cidade, somente por acreditar num sonho. Que eu não volte a ver-te em Ispaão. Toma estas moedas e vai-te embora.'
O homem guardou as moedas e regressou à pátria. Debaixo da fonte do seu jardim (que era o do sonho do capitão) desenterrou o tesouro. Assim Deus o abençoou e o recompensou e exaltou. Deus é o Generoso, o Oculto."
(Do livro d'As Mil e Uma Noites, 351,ª noite.)
in História Universal da Infâmia, "Etcétera", Jorge Luis Borges (trad. José Bento)
Simple X - Andrew Bird
O historiador árabe El Ixaqui refere este acontecimento:
"Contam os homens dignos de fé (mas só Alá é omnisciente e poderoso e misericordioso e não dorme) que houve no Cairo um homem possuidor de riquezas, mas tão magnânimo e liberal que as perdeu todas menos a casa de seu pai, e se viu forçado a trabalhar para ganhar o pão. Trabalhou tanto que o sono o venceu uma noite debaixo da figueira do seu jardim e viu no sonho um homem todo encharcado que tirou da boca uma moeda de ouro e lhe disse: 'A tua fortuna está na Pérsia, em Ispaão; vai lá buscá-la.' Na madrugada seguinte acordou e empreendeu a longa viagem e enfrentou os perigos dos desertos, dos navios, dos piratas, dos idólatras, dos rios, das feras e dos homens. Chegou finalmente a Ispaão, mas no recinto dessa cidade surpreendeu-o a noite e deitou-se a dormir no pátio de uma mesquita. Havia, junto à mesquita, uma casa e, pelo decreto de Deus Todo-Poderoso, uma quadrilha de ladrões atravessou a mesquita e meteu-se na casa, e as pessoas que estavam a dormir acordaram com o barulho dos ladrões e gritaram por socorro. Os vizinhos também gritaram, até que o capitão dos guardas-nocturnos daquelas redondezas acudiu com os seus homens e os bandoleiros fugiram pelo terraço. O capitão mandou revistar a mesquita e nela encontraram o homem do Cairo e deram-lhe tantos açoites com varas de bambu que esteve às portas da morte. Ao fim de dois dias, recuperou os sentidos na prisão. O capitão mandou-o buscar e disse-lhe: 'Quem és tu e qual é a tua pátria?' O outro declarou: 'Sou da famosa cidade do Cairo e o meu nome é Mohamed El Magrebi.' O capitão perguntou-lhe: 'O que te trouxe à Pérsia?' O outro optou pela verdade e disse-lhe: 'Um homem ordenou-me num sonho que viesse a Ispaão, porque aí estava a minha fortuna. Já estou em Ispaão e vejo que essa fortuna que me prometeu devem ser os açoites que tão generosamente me deste.'
Perante semelhantes palavras, o capitão riu-se até mostrar os dentes do siso e acabou por lhe dizer: 'Homem desatinado e crédulo, três vezes sonhei com uma casa na cidade do Cairo em cujo fundo há um jardim, e no jardim um relógio de sol e depois do relógio de sol uma figueira e a seguir à figueira uma fonte, e debaixo da fonte um tesouro. Não dei o menor crédito a essa mentira. Tu, contudo, aborto de uma mula com um demónio, vagueaste de cidade em cidade, somente por acreditar num sonho. Que eu não volte a ver-te em Ispaão. Toma estas moedas e vai-te embora.'
O homem guardou as moedas e regressou à pátria. Debaixo da fonte do seu jardim (que era o do sonho do capitão) desenterrou o tesouro. Assim Deus o abençoou e o recompensou e exaltou. Deus é o Generoso, o Oculto."
(Do livro d'As Mil e Uma Noites, 351,ª noite.)
in História Universal da Infâmia, "Etcétera", Jorge Luis Borges (trad. José Bento)
Simple X - Andrew Bird
quarta-feira, abril 22, 2009
terça-feira, abril 21, 2009
divergências significantes: as homenagens
o pior que se pode fazer a um génio é matá-lo por inanição.
segunda-feira, abril 20, 2009
bom... também estou um bocadinho por aqui...
... mas isto é o mal dos quizzes do feicebuque.
mas é uma senhora, pense-se o que se pensar da música [que tem os seus momentos...]. her big strong hand has lifted her to her higher ground.
mas é uma senhora, pense-se o que se pensar da música [que tem os seus momentos...]. her big strong hand has lifted her to her higher ground.
hoje estou por aqui.
casa é para a semana.
mais ou menos de vez. como sempre mais ou menos.
hoje risco os dias na parede.
e abro a mala para ir guardando o que é supérfluo para uma última semana em que tempo é palavra
mais ou menos de vez. como sempre mais ou menos.
hoje risco os dias na parede.
e abro a mala para ir guardando o que é supérfluo para uma última semana em que tempo é palavra
que só no palco faz sentido.
terça que vem hei-de estar nas portas de Santo Antão, a ouver o Byrne.
para regressar feliz para a minha casa, com a minha luz pela frente.
para parar numa lágrima o passado.
Sonhar Durante O Fado - Camané
[estou cansada de sonhar...]
terça que vem hei-de estar nas portas de Santo Antão, a ouver o Byrne.
para regressar feliz para a minha casa, com a minha luz pela frente.
para parar numa lágrima o passado.
Sonhar Durante O Fado - Camané
[estou cansada de sonhar...]
sábado, abril 18, 2009
emba[a]lada
houve aquele 2005. a consciência de camisa e bigodinho de feltro seguida do nerone. e depois a elvira de armadura, os fatos cinzentos do reset. e depois o ferrante de cartola. mas com esta eu não contava. só que ela veio. e eu espetei-lhe os dentes, e nos dentes espichou como uma laranja quando é trincada como se fosse amor. estou confortável nesta pele. quero pagar. nu, ao sol, debaixo do grande céu. este excerto já aqui esteve, na noite em que saí do cinema assolapada. eu não pensei nela, neste processo, pensei em homens, nos meus homens, e no que eles não sabem ser de Baal. mas hoje o paulo, que esteve ao meu lado nessa noite assolapada, chama-me, com um grande sorriso, "baal dylan", e só aí caí em mim. e percebi que nem sempre o material que dá espinha ao nosso trabalho está claramente na parte da frente da nossa cabeça. ainda não comprei o filme, mas já vi este clip do youtube vezes que nem conto. eu não sabia, mas a adoração por miss blanchett acendeu-me umas quantas candeias no caminho.
[ando rebentada, feita num caco, sem tempo para cortar as unhas, rebocaram-me o carro hoje, dia de estreia, e a última vez foi há um mês, no dia de estreia [just because you're paranoid, doesn't mean they're not out to get you...]. faço dois espectáculos e três personagens por dia, nos intervalos como, durmo, fumo cigarros e faço testes estúpidos no facebook. estou duas fotografias atrasada. tenho saudades dos meus gatos e do meu Puto, e quando me for, em breve, terei saudades dos meus Gatos e do meu puto. e adoro a minha vida.]
[ando rebentada, feita num caco, sem tempo para cortar as unhas, rebocaram-me o carro hoje, dia de estreia, e a última vez foi há um mês, no dia de estreia [just because you're paranoid, doesn't mean they're not out to get you...]. faço dois espectáculos e três personagens por dia, nos intervalos como, durmo, fumo cigarros e faço testes estúpidos no facebook. estou duas fotografias atrasada. tenho saudades dos meus gatos e do meu Puto, e quando me for, em breve, terei saudades dos meus Gatos e do meu puto. e adoro a minha vida.]
sexta-feira, abril 17, 2009
todos os vícios têm uma utilidade qualquer, só o homem que os pratica é que não serve para nada.
É uma leitura muito encenada.
É um texto-menir. É uma adaptação especialmente boa.
É um elefante com o yin para um lado e o yang para o outro e a tromba no meio.
É uma pequena catarse para mim, mas isso ninguém precisa de saber.
E é provavelmente a única oportunidade que terei de fazer um papel que o Mário Viegas já fez.
Até à véspera da revolução, sou o yin de Baal à tarde e o Yang de Auguste à noite. Façam o favor de entrar na casa das feras.
de
Bertolt Brecht
texto
Yvette K. Centeno
direcção
Nuno M Cardoso
interpretação
Emília Silvestre, Fernando Moreira, Joana Manuel, João Castro, Jorge Mota, Luís Araújo, Marta Freitas, Pedro Almendra, Pedro Frias, Pedro Jorge Ribeiro, Sara Carinhas
de 17 a 24 de Abril
terça a sábado, às 15h
É um texto-menir. É uma adaptação especialmente boa.
É um elefante com o yin para um lado e o yang para o outro e a tromba no meio.
É uma pequena catarse para mim, mas isso ninguém precisa de saber.
E é provavelmente a única oportunidade que terei de fazer um papel que o Mário Viegas já fez.
Até à véspera da revolução, sou o yin de Baal à tarde e o Yang de Auguste à noite. Façam o favor de entrar na casa das feras.
de
Bertolt Brecht
texto
Yvette K. Centeno
direcção
Nuno M Cardoso
interpretação
Emília Silvestre, Fernando Moreira, Joana Manuel, João Castro, Jorge Mota, Luís Araújo, Marta Freitas, Pedro Almendra, Pedro Frias, Pedro Jorge Ribeiro, Sara Carinhas
de 17 a 24 de Abril
terça a sábado, às 15h
o poder...
... dos pequenos gestos.
camarim 8
hoje de Março de 2009
têm sido assim, os meus dias.
por cada perda, um pequeno ramo de ganhos.
por cada hora sem a luz do sol, anos-luz percorridos
degustados.
meus.
bons.
eus.
e nós. muitos nós.
escorregadios para os outros.
rochas aqui.
you don't need a weather man to know which way the wind blows.
camarim 8
hoje de Março de 2009
têm sido assim, os meus dias.
por cada perda, um pequeno ramo de ganhos.
por cada hora sem a luz do sol, anos-luz percorridos
degustados.
meus.
bons.
eus.
e nós. muitos nós.
escorregadios para os outros.
rochas aqui.
you don't need a weather man to know which way the wind blows.
quinta-feira, abril 16, 2009
now, really... how can I stop?...
é que há coisas que fazem demasiado sentido para parar. beleza é beleza. há-que dar-lhe a atenção que merece.
quarta-feira, abril 15, 2009
duas semanas até casa
até ao cheiro das tílias. estou demasiado cansada. mas não é mau. sinto-me — espanto dos espantos — assim.
Tenuousness - Andrew Bird
Tenuousness - Andrew Bird
segunda-feira, abril 13, 2009
não percebo porque é que passam sempre as mesmas tretas na pÁscoa...
— We are all different!
— I'm not...
domingo, abril 12, 2009
divergências significantes: o valor
Nós somos os parasitas, os últimos seres que não são servos, como Baal e Karamazov entre nós. Quanto vale um poema? Quatro camisas, um pão, meia vaca leiteira? Não fazemos mercadoria, só fazemos coisas para oferecer.
Bertolt Brecht, Diário — 1920
Bertolt Brecht, Diário — 1920
sábado, abril 11, 2009
emba[a]lsamada
talvez um dia te dissesse a verdade. talvez um dia pudesse sonhar a tua pele de olhos abertos. talvez um dia me ensinasses a aprender. talvez um dia percebesses que não sou especialmente trágica nem especialmente cómica, procuro apenas a seriedade de todos os animais. mas levei as mãos ao pescoço. estava farta. como ele.
sexta-feira, abril 10, 2009
a chuva parou
já não há cães e gatos a cair do céu.
respiro.
passas.
e eu não me volto.
Porto, hoje de Abril de 2009
The Water Jet Cilice - Andrew Bird
[pois, o Bird. eu sei, isto é um exagero, mas paixão é paixão, quem nunca empacou num artista durante uns tempos que atire a primeira pedra. ando ouvi-lo em repeat forever, como diria a minha mulher, e se o post não é sobre ele, invariavelmente vem a canção certa no momento certo. é bom.]
respiro.
passas.
e eu não me volto.
Porto, hoje de Abril de 2009
The Water Jet Cilice - Andrew Bird
[pois, o Bird. eu sei, isto é um exagero, mas paixão é paixão, quem nunca empacou num artista durante uns tempos que atire a primeira pedra. ando ouvi-lo em repeat forever, como diria a minha mulher, e se o post não é sobre ele, invariavelmente vem a canção certa no momento certo. é bom.]
quarta-feira, abril 08, 2009
hélice
Porto, 6 de Abril de 2009
[bem cedinho]
Lançar os restos à hélice. Se não se extirpa do ar este silêncio, que se desfaça e se lance no vento. Sai-me da pele, pelo menos. A lua está quase cheia. Deveria ser nova, mas não nos entendemos assim tão bem. Anda lá vá, eu chego para ti. It took a calculated blow to the head. But I did it.
Oh No - Andrew Bird
In the salsify mains of what was thought but unsaid/ All the calcified arhythmitists were doing the math/ It would take a calculated blow to the head/ To light the eyes of all the harmless sociopaths/ Oh arm and arm we are the harmless sociopaths/ Calcium mines were buried deep in your chest.
[e claro, quando se tem um i-pod novo que permite meter mais música sem decidir o que apagar — decisions, decisions, decisions, off with them! — torna-se mais fácil enfrentar a lua, armada de garganta e ritmo]
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