terça-feira, julho 03, 2007

O quê, já passou o fim-de-semana?!

Duas óperas criadas para O Estado do Mundo, na Gulbenkian, uma saturada de informação, a outra saturada de adjectivos, adjectivos até ao vómito, iac [felizmente a primeira foi a segunda, e compensou a primeira metade da noite a retorcer-me no lugar e a aguentar o pessoal técnico do Grande Auditório a falar alto como se a sala não tivesse público - e eu só pergunto, senhores, para que raio se fazem ensaios gerais?!]. Uma viagem para o Porto, uma francesinha, um Molière/Vieira Mendes no São João, uma jóia de recital e o gosto de ver um grupo de amigos muito queridos de garganta solta e teatro a ressoar. Um copo mais ou menos nobre já muito tardio, algumas saudades levemente aplacadas e outras ali à mão de aplacar sem que eu o soubesse. Três rodadas de shots no Guincho da ribeira de Gaia, vários copos partidos com gosto, uns quantos por partir por excesso de confiança na fragilidade da transparência. Uma garagem gótica no Campo 24 de Agosto onde uma colombiana voluptuosa dança salsa ao som de Dream Theatre, e uma cápsula do tempo, braços cruzados no ar p'ra ti, maria, e o Murphy, e os Mão Morta em Budapeste, o Sit Down dos James e a seca da Sétima Legião que só tem graça por nos fazer ter 17 anos outra vez, o Iggy Pop a chamar pela Candy, até o solo azeiteiro do Sweet child o'mine e o Sunday Bloody Sunday que sempre me recusei a dançar no seu tempo, por ser tão claramente não dançável. E deixar para trás uma pista cheia de melenas e rendas pretas para deparar em choque com a luz da manhã já instalada, o cinza já claramente diurno do céu do Porto, os pássaros já calados após a sinfonia da aurora que nós perdemos. Outra viagem de comboio, directamente de volta a Lisboa, profundamente adormecida, absolutamente retorcida.

Balanço do fim-de-semana: a barriguinha cheia, de desafios, de reflexões, de curtições, de abrações; uma ressaca; e uma puta duma dôr de pescoço que me recorda que um esternocleidomastoideu de aço é condição sine qua non para quem quer que se dedique à nobre arte de abanar o capacete.

5 comentários:

Anónimo disse...

Veja lá se dá notícias de vir ao norte!;)
Beijinhos

Manel disse...

Minha querida... não disse nada porque fui e voltei em 24 horas. Mas em Outubro estou de volta para outra temporadazita, e aí tiramos a barriga de misérias, boa? ;)

Beijos.

Rodrigues disse...

Aaai, não falem em barriga... :/

Anónimo disse...

Está combinado! :D

Beijinhos

Amet disse...

Coisa mais querida do muuuuuuuuuuuuundo.