quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Pessoas de bem

Na antena aberta da RDP discute-se a corrupção. Um ouvinte de bom coração deplora a lentidão da justiça que faz com que pessoas de bem como o senhor Fontão, a senhora Seara ou o presidente Carmona estejam tanto tempo sob suspeita. Sim, porque já se sabe como é o portuguesinho, um suspeito é culpado até prova em contrário, e não pode ser, coitados, quem é que depois lhes limpa o nome? Sobretudo, acrescentaria eu, ao primeiro, que escondeu de toda a gente, com a cumplicidade do presidente da câmara, a sua situação de arguido, coitado, com certeza já com medo de ser injuriado por algum vagabundo em plena praça do município.

Logo a seguir, o tom democrático da prédica à boa-fé dá lugar à voz encrespada da revoltazinha mesquinha e comezinha. Então e os outros, os da esquerda? Não foram eles que começaram esta ligação com a Bragaparques? O Sampaio e o Soares, não vão ser chamados a depôr, não vão ser constituídos arguidos? Porque a origem do problema, sem dúvida nenhuma, são eles.

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É triste, mas é a atitude banal. O que incomoda este senhor cujo o coração chora por Fontão de Carvalho não é o julgamento sumário e de má-fé em praça pública. O que o chateia mesmo é que a justiça faça o seu trabalho, que, carago, para a difamação pura e simples este espécimen de zé povinho terá sempre a antena aberta ou o balcão lá da tasca onde o presidente da câmara bebe um copo de três todos os dias antes de ir acomodar o seu saco azul no contador do gabinete.

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