quarta-feira, fevereiro 07, 2007

A pergunta do referendo estabelece um limite, coisa que a desonestidade do Não não tem, limites...

Espreitem lá o Blogue do Não, mas não se assustem. Mestre SG, bem o sabemos, é um homem inteligente, e nessa maravilha que se chama Espalhem a notícia não diz "criança" para designar um embrião de dez semanas. Fala, sim, de um parto, de uma criança acabada de nascer, de uma criança desejada. Bem sei que há uma certa liberdade numa interpretação poética, mas uma coisa é poesia, outra é a mentira. Ora pensem lá um bocadinho:

O ventre de que falo como um rio
transbordou
e o tremor que anunciava
era fogo e era lava
era a terra que abalava
no que sou
Depois de entre os escombros
ergueram-se dois ombros
num murmúrio
e o sol, como é costume, foi um augúrio
de bonança
sãos e salvos, felizmente
e como o riso vem ao ventre
assim veio de repente
uma criança


Costuma dizer-se, como figura de estilo, que há limites para tudo. Mas para a desonestidade da campanha do Não esses limites não existem, vale tudo mesmo atirar bébés.

Vamos ver, no dia 11, os portugueses escolherem a liberdade cívica e não a fraude moral, a honestidade democrática e não a ditadurazeca de pacotilha armada à boa consciência.



E a malta do Não parar de usar abusivamente referências de defensores do SIM nas suas campanhas era coisa que lhes ficava bem. Não que fizesse diferença, porque a leveza com que mentem e ofendem a integridade das mulheres já lhes borrou a pintura toda há muito tempo. E vejam lá, não se enganem: olhem que a menina atenta do que não experimenta sem primeiro sentir o cheiro da tangerina já era nascida, ok? E qualquer menina já nascida, ao tornar-se mulher, tem decisões bem mais pessoais, íntimas e próprias a tomar. E tem o direito de as tomar.

1 comentário:

MPR disse...

Chega a meter nojo...