quarta-feira, setembro 03, 2008

na ponta dos dedos

A falta que faz um indicador capaz. Mesmo o esquerdo, sobretudo o esquerdo, mão cega, mão lenta, mão trapalhona. O indicador é o dedo mais esperto, a mão parece agora ainda mais burra. De repente o médio toma conta de tudo, quero escrever um "c" escrevo um "x", não tarda estou a mandar jokax e props pó pipole. O segundo andamento da Pastoral torna-se uma tortura chinesa para o terceiro dedo da mão esquerda [ou seja, uma semana de quase descanso para a vizinhança]. Arrumar papelada, cozinhar, é a coisa mais insidiosamente irritantezinha possível, e conduzir é uma anedota e parece que estou constantemente a insultar o condutor da frente. E a qualquer distracção, para além do latejar recorrente em redor dos cinco pontos, uma dor funda e bruta, com sabor a metal. É na ponta dos dedos que se concentra muita da carne mais tenra, da pele mais fina, terminal de sensações, porta de entrada, descodificador do toque. Cá está, não se pode ter essa sensibilidade sem que isso signifique a possibilidade da dor mais extrema.

Bem disse o meu mestre, até se podia guisar a alcatra, mas a asae não ia achar um bom indicador.

2 comentários:

polegar disse...

como boa trapalhona de gema, já cheguei à conclusão que, seja qual for o dedo de baixa, a mão fica toda apatetada.

por isso é que gosto de dedos. é o supra-sumo do espírito de equipa, com um travozinho - arrisco - sindical ;)

Manel disse...

jajajajaja... "Unidade, unidade, unidade!"


Amanhã tento tocar a Pastoral com os pés. A ver...