quinta-feira, março 29, 2007

O prazer no espaço vazio

Ando há uns tempos para fazer um post a remeter para este excepcional blog que se chama De rerum natura, e hoje tinha mesmo de ser. Muitos momentos de prazer tenho tido ao lê-lo, e é justo portanto que aproveite um post que parte de Epicuro para passear pelo prazer de ser humano, pelo prazer de pensar, pelo prazer de conhecer. Carlos Fiolhais escreve com o entusiasmo de uma criança, a sapiência de um velho [um velho inteligente, note-se, que a idade é tudo menos estatuto] e o humor de um cientista; e é apenas um dos sete colaboradores.

Aqui lhe agradeço ter-me dado esta frase para começar o dia: "Somos feitos de átomos, regulados por leis, mas dotados de livre arbítrio. Os deuses não mandam em nós!"

E ao contrário do que aconselha o Sérgio Godinho nesta prendinha que aqui lhe deixo, que quem tem calos se apetreche para conseguir ir assim de lés a lés, qual centopeia prazeirosa no calcorrear e no conhecer.

Marcha centopeia.w...

1 comentário:

Raquel Alão disse...

"O que a Bíblia nos apresenta é o fim para o qual Deus destinou o homem: a sua divinização. A perfeição do primeiro homem está em que ele não é como os outros seres da natureza, animais ou vegetais, mas é chamado por Deus, desde a origem, a um fim propriamente divino: um chamamento a entrar no amor de Deus. Assim que a mente do homem desperta, compreende que não pode viver como os outros seres da terra:estes não têm que se tornar livres.Ele, sim, tem que se tornar o que deve ser. Por outras palavras, a perfeição do homem é a perfeição de uma vocação e não de uma situação. É o que a Bíblia nos ensina ao afirmar que o homem é criado «à imagem e semelhança de Deus» (Gn 1, 26), exactamente «à imagem em ordem à semelhança de Deus», interpretado pelos teólogos o termo semelhança no sentido preciso de participação na própria vida divina.
Deus dá ao homem a capacidade de se tornar perfeito, porque quer que o homem seja perfeito, à sua imagem. Deus - volto a dizê-lo - não fabricou uma liberdade, porque corresponde ao homem criado em possibilidade de liberdade, o tornar-se ele mesmo livre. Deus criou o homem capaz de se criar a si mesmo."
Alegria de crer e de viver, François Varillon, s.j.

Pronto, isto está descontextualizado... É só para começar a discussão. :-) De qualquer modo estou a adorar a leitura e recomendo. Aos interessados, obviamente, crentes e não-crentes, numa abordagem ao Cristianismo menos populista...