quinta-feira, setembro 27, 2007

O pior de todos os sistemas com excepção de todos os outros



Repressão militar faz nove mortos em Rangun
Militares disparam sobre manifestantes para tentar parar protestos


Estes civis e religiosos reprimidos na Birmânia não andam a tentar provar que a junta militar possui armas de destruição em massa, é isso que os trama. Ficam-se pelo preço dos combustíveis, pela repressão, pela corrupção, pela total ausência de democracia... ora isso são lá razões para armar este pé-de-vento, por amor de Siddhartha!? Não deviam já saber, desde os massacres de 1988, do que a casa gasta? Diz que sim, que vêm aí umas quantas resoluções da ONU, mas pronto, enquanto a questão se centrar nas pessoas e na sua liberdade e não no poderio geo-estratégico, os princípios de não-ingerência serão soberanos e os profetas da democracia manter-se-ão meditativos, fiéis ao voto de silêncio. É uma beleza, assistir ao oleado funcionamento da nova ordem mundial. Nada está fora da ordem, tudo bate certo. Os iraquianos estão em dívida de gratidão para com os cowboys do esclarecido Ocidente. Os birmaneses têm mais é que se mostrar igualmente agradecidos pelo nosso complacente silêncio, pelas nossas preces, pela nossa tão magnânima e impotente compaixão.


Apesar de tudo, uma assinatura pode fazer alguma diferença. Sem passagem de avião, AQUI têm uma forma de chegar a Rangun, com escala no enorme poder político-económico de Pequim. Sem bombas. Mas com cérebro.

3 comentários:

LuisElMau disse...

já tinha assinado, apesar de sentir que de nada valerá.
gosto da tua escrita e da ironia existente nela.
é assim, é o mundo onde vivemos.

Beijo

MPR disse...

Não que se esteja a insinuar que o petróleo e os interesses geo-politicos têm alguma coisa a ver com as decisões de invadir, ajudar, ou seja o que for militarmente um país... Nada... é o 11 de setembro... ou o 11 de março... ou o 25 de dezembro... quiçá...

Raquel Alão disse...

Por vezes custa muito viver a idade do desencanto...

Aparentemente é assim, somos assim e isso faz o mundo em que vivemos. E é uma infelicidade que assim seja.