sábado, novembro 18, 2006

Navegar é preciso...

Tenho andado tão atarefada a preparar o regresso à inbicta - por apenas um mês, desta vez, que isto é bom assim em doses controladas -, que até me esqueci de vos fazer pirraça. Quase quinze anos depois do Pavilhão Carlos Lopes e anos indetermináveis passados sobre o primeiro coup de foudre que me colou aos olhos azuis de Francisco, lá fui chorar rir dançar pensar balançar para o Coliseu. Levem o meu sorriso, os meus assuntos, o que me é direito, as imagens de São Francisco e os bons discos de Natal, os meus planos, os meus pobres enganos, os meus vinte anos e o meu coração, deixem-me apenas as perdas e danos, mas não me emudeçam este violão.

Leve.wma


Não me leve a mal
Me leve à toa pela última vez
A um quiosque, ao planetário
Ao cais do porto, ao paço

O meu coração, meu coração
Meu coração parece que
perde um pedaço, mas não
Me leve a sério
Passou este verão
Outros passarão
Eu passo

Não se atire do terraço
não arranque minha cabeça
Da sua cortiça
Não beba muita cachaça, não se
esqueça depressa de mim, sim?
Pense que eu cheguei de leve
Machuquei você de leve
E me retirei com pés de lã
Sei que o seu caminho amanhã
Será um caminho bom
Mas não me leve

Não me leve a mal
Me leve apenas para andar por aí
Na lagoa, no cemitério
Na areia, no mormaço

O meu coração, meu coração
Meu coração parece que
perde um pedaço, mas não
Me leve a sério
Passou este verão
Outros passarão
Eu passo




Leve, Carlinhos Vergueiro e Chico Buarque, in Carioca

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