hoje ele serve-me francesinhas com regularidade, há um ano, como em outros quatro anteriores, servia-me quase diariamente, entre a sopa de penca e a costeleta ou os filetes. sabemos o suficiente para nos alegrarmos a cada reencontro, para o cumprimento caloroso, mas não muito mais do que é mais ou menos regra numa relação de mesa de café em que um está sentado e outro de pé. hoje o braço dele interpelou-me com um nome que eu nunca vira. e o nome escrito na pele foi uma vida que durou dois meses. está a fazer um ano. e um ano depois quis dizer-se a mim. e eu recebi e guardei no peito os olhos vermelhos que sorriam com o alívio de quem não engole o sal.
e depois eu fui e tu ficaste.
nem uma hora depois recebo o anúncio no telemóvel: ela já levou a epidural, é hoje. e a felicidade é da cor do dia, em que chove um azul forte de metais revelados pelo sol que às vezes se esforça. e estou aqui presente agora e a 300 quilómetros, imaginando a foto que adivinhava esperar-me quando ligasse a janela. é o segundo nascimento neste quarteto em que nada seria mais forte se o sangue nos assinasse. nestes momentos especialmente é-me claro até que ponto o que lhes enche a vida bate no meu peito, até que ponto o que me bate no peito bate nos delxs porque há amores que não podem ser senão correspondidos.
com dois meninos novos a navegar na cabeça, penso que não só me anima a felicidade de quem amo. também me anima que haja frutos com a sorte de nascer de certas árvores.
bem-vindo, puto!
[ah, e diz que estreio amanhã à noite, também. depois digo qualquer coisa por aqui, que agora preciso de dormir e há prioridades na vida. :)*]
quarta-feira, março 03, 2010
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3 comentários:
Espero que esses meninos leiam estas palavras um dia. É bom, muito bom lê-las.
:) hão-de ler. um já anda. outro ainda está a versar-se nas artes da mama. lá chegaremos. ;)
Com as tias trutas tudo é possível... ;)
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