quinta-feira, março 25, 2010

don't hit kiss.




ficas de amuleto. vinhas em mim, ficas de amuleto. de amuleto contra camiões que engancham na minha porta e me levam de rojo e em alta rotação auto-estrada fora. o monstro branco encostado à janela e as minhas mãos abertas e o coração que nem sequer salta só diz pronto, foi giro mas acaba aqui. de amuleto contra pessoas que te paternalizam e diminuem quando estás em choque por teres visto o negro passar junto dos teus olhos, entro, não entro, não, ainda não me apetece. de amuleto contra guardas republicanos misóginos e ineptos que deixam crescer a tromba uns quantos metros porque, apesar de tudo, não estás a deixar que te dêem a volta. e as trombas cresceram e cresceram e cresceram. de amuleto contra um país onde em vez de apoio numa situação limite, tem~se mais um teste à força mental e à capacidade de sobrevivência no meio de machinhos armados ao machão. é assim que se cresce, afinal, não é? é assim que se fazem homens, caralho! (acabo de cuspir para o chão)

mesmo que batam ficas de amuleto. como um beijo. como todos os beijos que me armam e rearmam todos os dias para a próxima que vier.

ser gaja é fodido. mas estar a dormir é pior. eu tenho a morte toda para dormir.

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