he came. my good-news day. he built a little house, just meant for a little [w]hole, of which he only, only him, knew the traps. he threw me inside and asked me to survive in the dark. and i did. he was big and weak and sad. he couldn't take it. he went.
or i did.
terça-feira, junho 30, 2009
segue o obituário — das letzten lebewohl.
É mais importante para mim olhar para as pessoas na rua do que ir ao teatro ver um bailado. (...) E contanto que esteja a trabahar com os meus bailarinos e a gostar do que eles me mostram durante os ensaios, esqueço-me da dança, deixo de a viver como esse problema que consiste no facto de que eu deveria fazê-los dançar.
estou muito triste. mas um cancro, uma coisa maligna a instalar-se e a destilar-se, só poderia durar cinco dias nesta mulher. de uma forma ou de outra. tschüß, Pina. ficar-me-ás assim, arrastando vida e beleza pela minha retina.
estou muito triste. mas um cancro, uma coisa maligna a instalar-se e a destilar-se, só poderia durar cinco dias nesta mulher. de uma forma ou de outra. tschüß, Pina. ficar-me-ás assim, arrastando vida e beleza pela minha retina.
sexta-feira, junho 26, 2009
e por falar no fim.
eu quando for quero que seja assim. e aqui nomeio publicamente o António Durães como fiel depositário deste meu desejo, com carta verde criativa para o efeito. the man is to be obeyed. dixit.
life is a fucking wonderful piece of shit. when you look at it.
mas o puto não é meu filho
é que ninguém pode dizer que tudo ficou na mesma depois disto. é que me apercebi, e não fui a única, de que pensava que ele nunca morreria, assim como me apercebi de que de alguma forma ele nunca existiu. é que não me lembro dele não estar lá. é que escondia a cabeça no sofá quando dava o Thriller, porque senão tinha pesadelos. é que a afinação daquela voz e daquele corpo eram irreais. é que nos rimos todos quando a notícia chegou por sms, mas acabámos de roda do piano a apalhaçar com muito carinho o We are the World. é que se calhar um ícone é mesmo isto. alguém que acende qualquer coisa e depois se some no ar.
terça-feira, junho 23, 2009
habla...
...o no.
falo. não falo. não me desconfia o bom entendedor. ele vê as outras linguagens. as que falam por mim. os olhos vêem. e sorriem. mas vou ter de falar. e talvez isso nem seja nada, mas vou ter de falar e tremo. sobretudo porque estou bem aqui.
falo. não falo. não me desconfia o bom entendedor. ele vê as outras linguagens. as que falam por mim. os olhos vêem. e sorriem. mas vou ter de falar. e talvez isso nem seja nada, mas vou ter de falar e tremo. sobretudo porque estou bem aqui.
segunda-feira, junho 22, 2009
sábado, junho 20, 2009
esta é todos os anos, para mim, a canção do dia...
... este ano, na realidade, é a canção da semana, já que a marcha é só o começo. e vídeo por vídeo, prefiro ter aqui o Albarn à cabeça do que a minha cara de parva, jejeje.
ecos
a reler o post anterior, feito já com um olho aberto e outro fechado, veio reverberar-me na cabeça uma frase longínqua, dita com maldade. qualquer coisa como "quem é bom na forja não deve mexer na bigorna", não me lembro bem, não sou muito versada em instrumentos de ferreiro.
e sorrio. e penso, que rematada parvoíce, tão rematada que quase apetece pôr-lhe uma cedilha. há tanto mais no mundo para lá das cercas e das fronteiras. se não for a arte a compreendê-lo, ficamos inevitavelmente nas mãos dos profetas. e todos sabemos quais são os resultados disso.
e sorrio. e penso, que rematada parvoíce, tão rematada que quase apetece pôr-lhe uma cedilha. há tanto mais no mundo para lá das cercas e das fronteiras. se não for a arte a compreendê-lo, ficamos inevitavelmente nas mãos dos profetas. e todos sabemos quais são os resultados disso.
noite quente
e doce. planos e planos sobrepostos. as faces do meu poliedro intercaladas, misturadas, entremetidas. o meu percurso todo metido numa armação de ferro. o jazz, e o Binau e a Yvette no fim, e o Junho, e o Pedro e o Bruno na cena, e a superior da rua do ataíde, os profes, os quase profes, os agora amigos; e o corpo, no imenso privilégio que é conhecer e trabalhar com um senhor discreto, amoroso e profissional como poucos, chamado João Natividade, e cujo o corpo é capaz da maior beleza e do maior silêncio; e a pop de pandeireta na mão; e o teatro, as palavras e o gesto e o espaço e o tempo e o dentro e o fora, em tudo, em cada canto, em cada opção, em cada inesperado. e a Raquel a filmar tudo. e a Nezes o Nuno e o Hugo na plateia, aqueles que me sentem, ouvem e vêem desde quando eu ainda sabia menos do que sentia, ouvia e via. e o leve aroma de Constança, colorido e presente, mas sem esmagar, sem sufocar, só dádiva generosa.
hoje, sem espaço para mas, estou feliz. e não, não sou cassandra, mas confio que amanhã não será diferente, sendo-o necessariamente.
hoje, sem espaço para mas, estou feliz. e não, não sou cassandra, mas confio que amanhã não será diferente, sendo-o necessariamente.
quarta-feira, junho 17, 2009
há pessoas que nos ajudam a manter a adaga afiada, há que agradecer o treino
— Ah, ela tem ar é de enfermeira [lascivo forçado], tem um lindo ar de enfermeira, ela.
— Não, amor, tenho ar de neurocirurgiã, de topo, topas?
Há piropos que se sentem como apalpões. E eu gosto do verão, gosto da pele ao ar, gosto da chinela no pé. Mas às vezes torna-se francamente cansativo, aturar quem poisa toda a sua identidade na patética ilusão da predação.
Vírgula, coitados.
— Não, amor, tenho ar de neurocirurgiã, de topo, topas?
Há piropos que se sentem como apalpões. E eu gosto do verão, gosto da pele ao ar, gosto da chinela no pé. Mas às vezes torna-se francamente cansativo, aturar quem poisa toda a sua identidade na patética ilusão da predação.
Vírgula, coitados.
domingo, junho 14, 2009
compositora do pescoço para cima...
momento I
pelo Grupo de Música Contemporânea de Lisboa, sob a direcção de Jorge Peixinho
... mulher do pescoço para baixo e arte das pontas dos cabelos às pontas de bailarina.
Este tempo também é dela
Sexta e sábado [19 e 20 de Junho], no Jardim de Inverno do São Luiz, às 22h por causa da luz, no meio dos Colecviva, três outsiders vão farejando Costança a cada minuto. Primeiro, "Mega Tarts", do outsider Pedro Moreira, depois a maravilhosa e organizada loucura de "Wom wom Cathy!". O outsider José Fragateiro relê o imaginário de Jasmim. Os Colecviva revivem, e são Luís Madureira, António Sousa Dias, Carlos Martins, Manuel Cintra, Pedro Wallenstein, Nuno Vieira de Almeida e João Natividade. E eu, outsider com 13 anos à data da estreia no São Carlos, tento ler o imaginário da Constança Capdville performer, que nunca pensei poder sentir tão por perto — e lembro-me tão bem de ficar embevecida a olhar para esta mesma fotografia reproduzida nos obituários dos jornais, em 1992. No meio dos homens, como sempre. Como Constança.
escher drawing hands drew hands drawing escher — farejando Constança
Escribe como habla, como piensa.
Como piensa que habla. Piensa que escribe como piensa.
Piensa.
Luego escribe.
Habla como escribe. Habla. Dice que escribe y que escribe como piensa.
Dice lo que piensa, que piensa lo que piensa. Piensa al hablar. Dice lo que piensa.
Dice que piensa como piensa.
Luego escribe lo que dice, o que dice que piensa, que dijo.
Escribe lo que piensa que dice.
Así parece.
Así parece que habla. Que escribe.
Así parece que piensa que escribe.
Así dijo.
Escribe como dice que se habla.
Como dice que se habla cuando se habla sin pensar. Sin pensar en lo que se dice.
Como le parece. Escribe sin pensar. Así parece. Habla mientras escribe, dice que escribe como dice que se habla mientras escribe que escribe como piensa. Así parece que piensa. Así dijo, pensando en lo que escribe. Dijo que escribe como se dice sin pensar en lo que se escribe. Le parece.
Escribe.
Luego piensa.
Parece que así piensa.
Parece pensar en lo que escribe. Luego escribe. Escribe lo que piensa. Lo que piensa, no lo que pensó. Piensa en pensar, luego escribe. Pero no piensa.
Para facilitar el proceso.
Piensa que para facilitar el proceso.
Habla de lo que pensó. Habla de lo que piensa que pensó. De lo que piensa que pensaba mientras escribía, mientras sigue escribiendo. Dice lo que piensa que piensa mientras escribe, mientras sigue escribiendo, mientras sigue escribiendo que habla.
Que habla y que piensa.
Y piensa que puede pensar otra cosa mientras escribe que escribe como habla. Como dice que se habla. Como dice que le parece que se habla.
Escribe que habla de lo que pensó para facilitar el proceso. Lo dice como le parece que diría si se hablara por escrito. Así lo escribe y así piensa facilitar el proceso.
Por escrito.
Piensa que por escrito.
Piensa por escrito.
Piensa que piensa por escrito. Se dice a si mismo que piensa por escrito. Así parece.
Que piensa por escrito y que escrebiría como se hablaría si se hablara por escrito. Sí se hablara por escrito y sin pensar, para facilitar el proceso. Así le parece que debe pensar que escribe.
Parece pensar en lo que escribe y luego escribe sin pensar. Sin pensar en nada. Piensa que piensa en nada, que no piensa, que no piensa en nada.
Eso piensa.
Y escribe. Luego escribe.
Ecribe que no escribe, que dice, que dice que dice y no escribe, y que no escribe, para facilitar el proceso.
Dice que escribe que no escribe para facilitar el proceso. Así le parece que debe decir que escribe. Decir como piensa que escribe.
Escribe que debe decir como piensa que escribe. Y corta.
Sangra. Y sigue.
Sangra y sigue. No para. Cortar no para.
Para facilitar el proceso. Mientras escribe se pone a sangrar. Cree que para facilitar el proceso. Así le parece. Así le parece que para. Al menos así le parece que le parece. Así le parece que debe escribir.
Sangra mientras escribe. Y no para.
Dice que sangra mientras escribe, lo dice sin sangrar.
Piensa que sangra al escribir, lo dice porque lo piensa, escribe que sangra, que sangra mientras escribe y no piensa, y piensa que lo dice porque lo piensa, no porque lo escribe, porque no lo escribe. porque dice que no lo escribe. Y sí lo escribe no lo dice. No lo diría aunque lo pensase. Al menos así parece.
Se dice a si mismo que al menos así le parece. Se lo dice sin pensar, no porque lo escribe, porque lo escribe, lo escribe sin pensar, sin pensar en lo que dice, sin pensar en lo que se dice a si mismo, en lo que piensa.
Se lo dice para facilitar el proceso.
Para facilitar-se el proceso.
Y piensa que tanto da escribir que hablar. Mientras no diga lo que piensa.
Para.
Piensa.
Para que piensa. Piensa para que.
Piensa para que para. Escribe para decir para. Parece que para. Que para para decir para. Piensa. Piensa para decir para de escribir. Para de escribir para decirlo. Habla.
Para facilitar el proceso. Para de hablar. Dice que para.
Dice que para de hablar.
Para pararlo. Escribe.
Para.
Escribe para.
Álvaro García de Zuñiga, S/T
este tempo também é dela. e o tempo dela também é meu. hoje.
Como piensa que habla. Piensa que escribe como piensa.
Piensa.
Luego escribe.
Habla como escribe. Habla. Dice que escribe y que escribe como piensa.
Dice lo que piensa, que piensa lo que piensa. Piensa al hablar. Dice lo que piensa.
Dice que piensa como piensa.
Luego escribe lo que dice, o que dice que piensa, que dijo.
Escribe lo que piensa que dice.
Así parece.
Así parece que habla. Que escribe.
Así parece que piensa que escribe.
Así dijo.
Escribe como dice que se habla.
Como dice que se habla cuando se habla sin pensar. Sin pensar en lo que se dice.
Como le parece. Escribe sin pensar. Así parece. Habla mientras escribe, dice que escribe como dice que se habla mientras escribe que escribe como piensa. Así parece que piensa. Así dijo, pensando en lo que escribe. Dijo que escribe como se dice sin pensar en lo que se escribe. Le parece.
Escribe.
Luego piensa.
Parece que así piensa.
Parece pensar en lo que escribe. Luego escribe. Escribe lo que piensa. Lo que piensa, no lo que pensó. Piensa en pensar, luego escribe. Pero no piensa.
Para facilitar el proceso.
Piensa que para facilitar el proceso.
Habla de lo que pensó. Habla de lo que piensa que pensó. De lo que piensa que pensaba mientras escribía, mientras sigue escribiendo. Dice lo que piensa que piensa mientras escribe, mientras sigue escribiendo, mientras sigue escribiendo que habla.
Que habla y que piensa.
Y piensa que puede pensar otra cosa mientras escribe que escribe como habla. Como dice que se habla. Como dice que le parece que se habla.
Escribe que habla de lo que pensó para facilitar el proceso. Lo dice como le parece que diría si se hablara por escrito. Así lo escribe y así piensa facilitar el proceso.
Por escrito.
Piensa que por escrito.
Piensa por escrito.
Piensa que piensa por escrito. Se dice a si mismo que piensa por escrito. Así parece.
Que piensa por escrito y que escrebiría como se hablaría si se hablara por escrito. Sí se hablara por escrito y sin pensar, para facilitar el proceso. Así le parece que debe pensar que escribe.
Parece pensar en lo que escribe y luego escribe sin pensar. Sin pensar en nada. Piensa que piensa en nada, que no piensa, que no piensa en nada.
Eso piensa.
Y escribe. Luego escribe.
Ecribe que no escribe, que dice, que dice que dice y no escribe, y que no escribe, para facilitar el proceso.
Dice que escribe que no escribe para facilitar el proceso. Así le parece que debe decir que escribe. Decir como piensa que escribe.
Escribe que debe decir como piensa que escribe. Y corta.
Sangra. Y sigue.
Sangra y sigue. No para. Cortar no para.
Para facilitar el proceso. Mientras escribe se pone a sangrar. Cree que para facilitar el proceso. Así le parece. Así le parece que para. Al menos así le parece que le parece. Así le parece que debe escribir.
Sangra mientras escribe. Y no para.
Dice que sangra mientras escribe, lo dice sin sangrar.
Piensa que sangra al escribir, lo dice porque lo piensa, escribe que sangra, que sangra mientras escribe y no piensa, y piensa que lo dice porque lo piensa, no porque lo escribe, porque no lo escribe. porque dice que no lo escribe. Y sí lo escribe no lo dice. No lo diría aunque lo pensase. Al menos así parece.
Se dice a si mismo que al menos así le parece. Se lo dice sin pensar, no porque lo escribe, porque lo escribe, lo escribe sin pensar, sin pensar en lo que dice, sin pensar en lo que se dice a si mismo, en lo que piensa.
Se lo dice para facilitar el proceso.
Para facilitar-se el proceso.
Y piensa que tanto da escribir que hablar. Mientras no diga lo que piensa.
Para.
Piensa.
Para que piensa. Piensa para que.
Piensa para que para. Escribe para decir para. Parece que para. Que para para decir para. Piensa. Piensa para decir para de escribir. Para de escribir para decirlo. Habla.
Para facilitar el proceso. Para de hablar. Dice que para.
Dice que para de hablar.
Para pararlo. Escribe.
Para.
Escribe para.
Álvaro García de Zuñiga, S/T
este tempo também é dela. e o tempo dela também é meu. hoje.
sexta-feira, junho 12, 2009
quarta-feira, junho 10, 2009
a dispersão
pois, isto do feicebuque tem muita graça, mas o resultado é que a pouca malta que comentava aqui prefere agora botar faladura nas notas afixadas na praça do bairro.
o que significa que, não fosse o contador de visitas dar-me uma média diária considerável, i could really lose it, por pensar que tenho o cantinho por minha conta.
o que coloca ao mirone [por favor não tomar a palavra como insulto, longe de mim querer maltratar os resistentes e os eventuais], mas pronto, deixa no ar um problema filosófico. se a partir de amanhã tiver zero visitas por dia, passo a preocupar-me só com o que podem pensar de mim as hordas de amigos do FB e o Blue! pode bem tornar-se uma sangria desatada, paraíso do voyeur e da mosquinha à solta na suite. mas à primeira visita, a auto-consciência há-de reclamar o seu lugar, e acaba~se a festa.
pois.
será que a árvore faz barulho ao cair na floresta despovoada? a eterna pergunta...
o que significa que, não fosse o contador de visitas dar-me uma média diária considerável, i could really lose it, por pensar que tenho o cantinho por minha conta.
o que coloca ao mirone [por favor não tomar a palavra como insulto, longe de mim querer maltratar os resistentes e os eventuais], mas pronto, deixa no ar um problema filosófico. se a partir de amanhã tiver zero visitas por dia, passo a preocupar-me só com o que podem pensar de mim as hordas de amigos do FB e o Blue! pode bem tornar-se uma sangria desatada, paraíso do voyeur e da mosquinha à solta na suite. mas à primeira visita, a auto-consciência há-de reclamar o seu lugar, e acaba~se a festa.
pois.
será que a árvore faz barulho ao cair na floresta despovoada? a eterna pergunta...
terça-feira, junho 09, 2009
the bright side of it — variação
roma, Junho de 2009
the bright side of it is that
i'm growing grown
not growing up
i'm growing down and wide and round
the bright side of it is that
i'm growing grown
not growing old.
that is the bright side of it.
segunda-feira, junho 08, 2009
oh yeah!...
Manel votou ontem por volta das 14h15 num palácio Galveias totalmente vazio, de eleitores e de jornalistas. Pensou que estivesse a ser aldrabad@, mas hoje percebeu que o seu voto no Rui Tavares contou mesmo. E também gosta mais dele que do Obama, porque está mais perto e lhe apresentou o Andrew Bird.
foto roubada e alegria partilhada com JL.
foto roubada e alegria partilhada com JL.
domingo, junho 07, 2009
só porque sim.
porque isto é bom que se farta e eu babo-me todas as noites nos ensaios com o que esta mulher faz. an awesome fucking privilege, I should say.
Gravity - Kevin Blechdom
Gravity - Kevin Blechdom
fora de campo 3.0
Running Away - Kevin Blechdom
era de esperar. noite de lua cheia e aquela sensação de que a pele tem demasiadas antenas. um raspão, um, caramba, ainda nem tinha pensado nisto hoje, olha, parva, já viste a lua? e lá vem ele, o figurante sem falas, ou se as tinha foram cortadas porque nenhuma delas interessa à montagem, são fraquinhas, não acrescentam verdade nenhuma à farsa, lá vai ele, o figurante sem falas. nem se percebe se percebeu que passou mesmo em frente da lente, de tão enfiado em si mesmo. fora de campo. respira, já passou. o quê? acende o cigarro. e ouve o riso que te chama. qual deles tomou o veneno, qual deles se apunhalou? e será que foderam, ou eram muito novos para isso, tenrinho? o que é que interessa? a lua está sobre roma, e o chile e cabo verde, e o próprio afonso henriques no caminho. e nos meus ouvidos. fora de campo. porque sim.
Aveiro, Maio de 2009
sábado, junho 06, 2009
estou varada...
... com a genialidade do slogan anti-europeísta dos fascizóides nacionalistas cujo nome não me apetece dizer para evitar pequisas indesejadas. hoje até me engasguei no esparguete. a Europa prejudica Portugal. donde, chega de... federastas.
ok, eu repito: chega de federastas. é de génio. o tracadilho, a aglutinação, a brincadeira com a ponética [maneira estranha de dizer os efes...]. é de estalo. merece o prémio de melhor e mais auto-representativo slogan de uma campanha eleitoral. a cara dos seus autores está toda lá, de fio a pavio.
ok, eu repito: chega de federastas. é de génio. o tracadilho, a aglutinação, a brincadeira com a ponética [maneira estranha de dizer os efes...]. é de estalo. merece o prémio de melhor e mais auto-representativo slogan de uma campanha eleitoral. a cara dos seus autores está toda lá, de fio a pavio.
quinta-feira, junho 04, 2009
flash
pena que nunca te tenha perguntado se sabes tudo, ou apenas as coisas que te apavora não saber.
eu sempre achei que isto tinha imenso jazz lá dentro
... e a Cláudia provou que era verdade.
[e lá veio a lagrimita, mais até do que com o Thom Yorke... esta canção é tramada.]
e já somos para cima de cinco mil
Mas há quem insista que a igualdade no acesso ao casamento civil é um tema fracturante. Opinião que, digo eu, só pode advir de um traumatismo craniano...
Não há nada mais fracturante que a discriminação. Subscrevam. Divulguem. Fracturem o preconceito e a tacanhez.
Não há nada mais fracturante que a discriminação. Subscrevam. Divulguem. Fracturem o preconceito e a tacanhez.
quarta-feira, junho 03, 2009
jazz @ esml [ou o regresso da galinha]
Pronto, a miúda das três da tarde de quinta é minha aluna e tem feito este ano um caminho que me alegra, porque é boa e porque tem alma de exploradora. O resto do pessoal é bem jeitoso, também. E apesar do Win Butler dizer que o jazz está mais morto do que o rock, eu continuo a ouvir Arcade Fire assim como a Cláudia Franco cantora de jazz em início de percurso continua a ouvir e a cantar Radiohead. E é à borla. E o edifício do Carrilho da Graça é bem interessante. E o meu coordenador de curso pediu-nos a todos para divulgar e eu sou uma professora diligente.
Apareçam. E espalhem. O campus de Benfica fica ali à mão de semear, entre o Fonte Nova e a circular.
I Festival
J A Z Z @ E S M L
4 e 5 Junho
PROGRAMA
QUINTA 4 DE JUNHO
15h - Cláudia Franco "Radiohead"
16h - Combo prof. Afonso Pais
17h - Ensemble de Jazz da ESML
18h - Diogo Moreira "Miles Ahead"
19h - Combo prof. Bruno Santos
SEXTA 5 DE JUNHO
15h - Combo prof. João Moreira
16h - Combo prof. Gonçalo Marques
17h30 - Big Band da Escola do Hot Clube de Portugal
19h - Combo da Escola do Hot Clube de Portugal
Campus de Benfica do IPL (ao pé do C.C. Fonte Nova)
Escola Superior de Música de Lisboa
Instituto Politécnico de Lisboa
Apareçam. E espalhem. O campus de Benfica fica ali à mão de semear, entre o Fonte Nova e a circular.
I Festival
J A Z Z @ E S M L
4 e 5 Junho
PROGRAMA
QUINTA 4 DE JUNHO
15h - Cláudia Franco "Radiohead"
16h - Combo prof. Afonso Pais
17h - Ensemble de Jazz da ESML
18h - Diogo Moreira "Miles Ahead"
19h - Combo prof. Bruno Santos
SEXTA 5 DE JUNHO
15h - Combo prof. João Moreira
16h - Combo prof. Gonçalo Marques
17h30 - Big Band da Escola do Hot Clube de Portugal
19h - Combo da Escola do Hot Clube de Portugal
Campus de Benfica do IPL (ao pé do C.C. Fonte Nova)
Escola Superior de Música de Lisboa
Instituto Politécnico de Lisboa
a mil...
...mas em casa. sem tempo, mas em casa. entre palavras e corpos à solta no hospício, desta vez literalmente, mas em casa. cena, mas em casa pela primeira vez desde há três anos. acho que ainda estou a habituar-me a esta sensação de deslocamento. ou descolamento. em adaptação permanente, como sempre. mas em casa. estava mesmo a precisar. descentralizar. jogar polo com os crocodilos. cantar sóis agudos e cair dos patins.
terça-feira, junho 02, 2009
nomes feios
"I don't know much about psychoanalysis, but this must be a dirty picture..."
VLADIMIR &
ESTRAGON [turning simultaneously]: Do you—
VLADIMIR: Oh, pardon!
ESTRAGON: Carry on.
VLADIMIR: No no, after you.
ESTRAGON: No no, you first.
VLADIMIR: I interrupted you.
ESTRAGON: On the contrary.
they glare at each other angrily
VLADIMIR: Ceremonious ape!
ESTRAGON: Punctilious pig!
VLADIMIR: Finish your phrase, I tell you!
ESTRAGON: Finish your own!
silence. they draw closer, halt.
VLADIMIR: Moron!
ESTRAGON: That's the idea, let's abuse each other.
they turn, move apart, turn again and face each other.
VLADIMIR: Moron!
ESTRAGON: Vermin!
VLADIMIR: Abortion!
ESTRAGON: Morpion!
VLADIMIR: Sewer-rat!
ESTRAGON: Curate!
VLADIMIR: Cretin!
ESTRAGON [with finality]: Critic!
VLADIMIR: Oh!
he wilts, vanquished, and turns away.
Samuel Beckett, Waiting for Godot
VLADIMIR &
ESTRAGON [turning simultaneously]: Do you—
VLADIMIR: Oh, pardon!
ESTRAGON: Carry on.
VLADIMIR: No no, after you.
ESTRAGON: No no, you first.
VLADIMIR: I interrupted you.
ESTRAGON: On the contrary.
they glare at each other angrily
VLADIMIR: Ceremonious ape!
ESTRAGON: Punctilious pig!
VLADIMIR: Finish your phrase, I tell you!
ESTRAGON: Finish your own!
silence. they draw closer, halt.
VLADIMIR: Moron!
ESTRAGON: That's the idea, let's abuse each other.
they turn, move apart, turn again and face each other.
VLADIMIR: Moron!
ESTRAGON: Vermin!
VLADIMIR: Abortion!
ESTRAGON: Morpion!
VLADIMIR: Sewer-rat!
ESTRAGON: Curate!
VLADIMIR: Cretin!
ESTRAGON [with finality]: Critic!
VLADIMIR: Oh!
he wilts, vanquished, and turns away.
Samuel Beckett, Waiting for Godot
segunda-feira, junho 01, 2009
espelho invertido
The Eraser - Thom Yorke
é o mesmo, sim
a mesma janela
a linha do comboio
o cobertor
era previsível no humor torcido que me persegue.
e mais pequeno, o mesmo
as paredes tão mais próximas da cama
tudo a uma escala fora da memória
a realidade é sempre mais tangível.
e o coração não disparou com o descerrar da porta
pausa
tira os olhos do chão e agradece
como seria se esta porta se tivesse mantido fechada?
ficaria a esmagadora interrogação
uma eternidade de corredor.
as horas de sono
as horas de conversa
as horas de fumo
as horas de riso e de música
o super-homem invertido que arrota kryptonite.
diz-me, foi aqui?
pausa
sorriso
foi.
não.
não foi aqui
não era aqui que tu falavas e eu já não te escutava
e eu só olhava para as tuas mãos e eram feias
tu continuavas bonito
mas eram tão feias as tuas mãos
são.
mas não foi aqui que as vi assim
este foi apenas o sítio em que incomeçámos.
não
isto nunca começou
é uma coisa para sempre incomeçada.
e nem sequer é bonita.
Guimarães, Maio de 2009
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