segunda-feira, julho 03, 2006

Há dois anos e meio...

... o George escrevia acerca de Álvaro de Campos:

O problema da solidão é ter de viver connosco. Por isso criamos pessoas que vivem ca dentro. E quando as queremos matar, já não sabemos quem somos, quem éramos, quem queríamos ser. Matar alguém assim está sempre entre o suicídio e o assassinato. Talvez por isso tenhamos tanto medo e tanta vertigem. De matar a pessoa certa ou a errada
;

e eu escrevia a propósito de uma proposta de casamento que fiz à Truta Vermelha-Rodrigues, num post sobre o Porto:

Não tenho a tua vida, ó Vermelha! Só agora é que vi o desafio da argentinidade (bela expressão, hem?). Não conheço nenhuma daquelas expressões, mas em compensação havias de me ouvir a cantar a María de Buenos Aires!



Há momentos em que se sente claramente que há um ciclo que se fecha.

5 comentários:

Anónimo disse...

Gostaste do desafio da argentinidade? ;)
No decorrer da vida, quase todos passamos por lá, e por lá ficamos, para sempre agarrados...
Isso acontece com o aproximar dos trinta, normalmente... Ele há fenómenos...

E que pena tenho eu de não te ter ouvido...


(Tens uns tangueros à tua espera no Rodrigues.)

Anónimo disse...

Já não passas por aqui à bué, não? Os tangueros já estão com cãibras de estar naquela posição. :p

Manel disse...

Eh eh eh...

Que maravilhosos tangueros. :)

violeta13 disse...

minha querida, aqui vai, de Santiago, esta cidade onde as casas sao (este teclado só tem til no ñ!!! deliciosas incompatibilidades linguísticas!)sao, dizia eu, prolongamento poético da calçada.
hoje li do Bruno Schulz:
"-Nao há matéria morta(...) A morte nao passa de aparência onde se ocultam deconhecidas formas de vida. A sua escala é infinita, inesgotáveis os seus matizes."
é possível portanto continuar a criar e a viver, mesmo que seja a partir da morte, ou sobre um corpo, ou um episódio que, aparentemente esteja moribundo. digo moribundo nao é por acaso. há uma fonte de insuspeitavel riqueza viva na morte. num ciclo que se fecha há outro (ou outros) que se abrem. beiçinhos...

Anónimo disse...

e onde vai cantar a seguir a maria de buenos aires para quem gosta de ouvir?