sexta-feira, fevereiro 05, 2010

faças o que fizeres, não me mintas.

São duas horas e meia. É o tempo certo, aquele que me faz sair com a sensação de que mais uma hora até seria bem-vinda. São os ângulos, o tempo, a luz que se me atira em neve para os olhos, a mansidão donde a lava apenas irrompe em jactos, assustadores mas dormentes, como a luz, como a neve, como os movimentos síncronos das forquilhas. São os olhos, as bocas, as lágrimas de uma transparência que as faz trocar presença com a ausência para assim conseguirem estar sempre presentes nas superfícies lisas entre os olhos e as bocas. São os pescoços feitos nó dos adultos, os corações feitos mata das crianças. As crianças, as irreais crianças donde Michael Haneke suga demasiada realidade. São as respostas, todas as respostas que se escondem nas perguntas que nascem e ficam na disseminação da culpa. A matéria de que se fazem os monstros. É cinema Grande.




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