Em França existe agora uma lei que estabelece quotas anuais para a expulsão de imigrantes ilegais. Com penalizações para as forças de autoridade que as não cumprirem. Em França sempre existiu o direito do solo, sejam os teus pais legais ou ilegais, nasceste aqui, és francês. Tomam-se providências progressivas para que deixe de ser assim. Mas é esse direito ao solo em que se nasce que, em França, faz com que se aplique a lei da escolaridade obrigatória sem excepções. Legais ou ilegais os pais, os filhos têm de estar na escola. Ora é óbvio para que esta lei exista sem que a lei da imigração a anule, é necessário que se respeite claramente a noção de que falamos de dois campos que não se podem interseccionar. Mas é em França que as autoridades para a imigração estão a chamar à escola pais ilegais sob o pretexto de falar sobre os seus filhos, para depois os prender e repatriar. É em França que, no fundo, as autoridades para a imigração andam a usurpar escandalosa, criminosamente, a identidade das direcções escolares e a minar um princípio fundamental do seu sistema democrático inclusivo. Mas como sempre em França, há quem pratique a resistência quotidiana.
Como nesta escola mesmo ao lado de onde durmo estas noites. A comunhão fugaz da celulose expôs-se durante uns quantos dias sob a lápide que recorda as centenas de alunos levados dos bancos escolares do 9ème arrondissement para os campos nazis. A estória europeia ressente-se sempre dos pequenos agitados, para usar a feliz expressão de Badiou. E dos olhos fechados.
rue Chaptal, dezembro 2009
sábado, dezembro 12, 2009
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2 comentários:
Gosto tanto, tanto, de poder ler o que escreves.
Beijo
:) beijo.
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