Na informação da televisão pública fala-se do adiamento da legislação quanto ao Testamento Vital. A direita sussurra, buuuu, atenção ao fantasma da eutanásia. E grita, "fracturante! fracturante!".
E eu penso para mim, matar alguém é monstruoso, condenar alguém à morte é monstruoso, mas é uma monstruosidade que tem um fim no momento da concretização. Condenar alguém à vida contra a sua vontade e muitas vezes em situações extremas de dor e sofrimento, é condenar à tortura sem fim marcado.
A informação pública diz que a lei começou a ser discutida com o apoio do PCP e do BE, mas que "a oposição" põe muitos problemas quanto a este tema "fracturante". A oposição é, portanto, o PSD e o PP, porque os outros são co-adjuvantes do governo PS. É esta a mensagem que tenta passar a isenta TV pública?
Mas são os velhos e sempre presentes temas fracturantes, não é verdade? Assim de repente até se podia dizer que o são por serem temas relacionados com a vida e a morte. Mas se pararmos para analisar a coisa, percebemos que não são a vida e a morte o mínimo denominador comum entre IVG, casamento civil homossexual e poder de decisão sobre o próprio corpo e as terapias que ele recebe e por quanto tempo. Não, que eu saiba ninguém morre se eu casar no civil com a minha Raquel. O mínimo denominador comum, o que que fractura realmente, é o livre arbítrio. A gestação pode ser interrompida desde que haja um juiz/médico/psicólogo/legislador/ecografia que o valide. O casamento não pode ser igual para todos porque é propriedade de alguns, e esses alguns dizem que há amor de primeira e amor de segunda face ao Estado. E a recusa de terapia, mesmo que estejamos inconscientes, é aceite desde que imposta por uma seita/religião da qual oficialmente o doente faz parte, de um gueto cultural, de uma família impositiva. Mas se se tratar de uma decisão previamente declarada pelo próprio interessado, aí já é fracturante e adiável.
Sim, não nos enganemos. O que fractura é o livre arbítrio. O que fractura é a escolha. O que fractura é a liberdade. Democráticos e presos, recusamos a nossa individualidade. Ela fractura-nos.
segunda-feira, julho 13, 2009
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8 comentários:
E matar, pura e simplesmente?
No Daily Show - A nossa única hipótese como país é o Osama bin Laden colocar e detonar uma grande bomba nos Estados Unidos
Jon Stewart: Ontem à noite estava a ver o programa do Glenn Beck na Fox News. Ele estava a falar com um ex-analista da CIA, Michael Scheuer, sobre como esta Administração não nos está a proteger dos terroristas… E depois ouvi uma coisa tão demente que ia caindo…
Michael Scheuer: A nossa única hipótese como país é o Osama bin Laden colocar e detonar uma grande bomba nos Estados Unidos. Só o Osama é capaz de executar um ataque que obrigue os americanos a exigir que o Governo os proteja.
Jon Stewart: Mas que m… foi aquela? E, já agora, sabem o que é fascinante na nossa cultura? Aposto que censuraram quando eu disse merda. Porque o Governo Federal decidiu proteger-vos e aos ouvidos dos vossos filhos desse tipo de linguagem. Entretanto, o gémeo malvado do Pai Natal [Michael Scheuer]... está à vontade para propor um massacre de americanos, para conseguir apoios para o programa de segurança dele.
Jon Stewart: Pois, aquele bin Laden é um desmancha-prazeres! Quando não queremos que ele mate americanos, ele mata, e quando queremos, não mata. É um parvalhão! E quando ele detonar uma bomba na América, esperemos que não seja nas partes "boas e verdadeiras".
Vídeo
Gostei da transcrição do Daily Show, Diogo, mas não percebi a tua pergunta.
Gosto de saber que há pessoas que pensam assim. E gosto que escrevas o que escreves neste blog. Por muito focus que se dê ao FBook agora, venho sempre aqui. :)
e sabes bem que és uma das pessoas para quem escrevo, quando escrevo aqui. :)
[smiley coradiiinho]
Já sabes que para mim és uma daquelas fabulosas grinaldas amarelas de fogo-de-artifício... :)
já não me chamavas isso há muito tempo. ;)
Talvez não, mas é sempre a imagem que tenho de ti. :)
Os mass media não são de fiar:
Jon Stewart - Estes bloggers linchadores não têm credenciais, fontes, ética, editores ou responsabilidades... Não têm credibilidade, só factos!
Jon Stewart: Os repórteres internautas, ou bloggers, já são reconhecidos e agora, após terem desempenhado um papel fulcral na revelação do escândalo "Rather-gate", na CBS News, os bloggers arrecadaram mais dois troféus de Media. Por exemplo, Jeff Gannon, um repórter destacado para a Casa Branca cujo estilo jornalístico despertou a nossa curiosidade.
Os sites Ameriblog e Daily Kos investigaram este Jeff Gannon e descobriram que é também proprietário de sites pornográficos gay, incluindo o Hotmilitarystue.com, onde o seu perfil indica que ele tem, e cito: 1:80m, 90 quilos, cabelo castanho curto, olhos verdes, e um pénis com mais de 20 cm circuncidado.
Uma analista de Media da CNN revelou de que forma a CNN desvendou esta história.
CNN: Fizemos esta descoberta. Ou melhor, um dos bloggers fez a descoberta e nós soubemos através do blog "Ameriblog.com", um site liberal. Até mostrávamos as fotos, mas são ousadas e preferimos não o fazer.
Debate na Fox News: Quero voltar ao que disse o Bob. Você está a defender estes bloggers linchadores, que divulgam estas notícias, 1/10 das quais são inventadas? Eles não usam provas ou fontes fidedignas. É esse o jornalismo que advoga? Na sua maioria são pessoas que não têm credenciais, não têm fontes, ética, editores ou responsabilidades.
Jon Stewart: Ao contrário dos jornalistas dos canais por cabo que têm… credenciais! Com mais informações sobre o papel dos bloggers nos media, tenho aqui o nosso perito em media, Stephen Colbert. Stephen, fazes parte dos media tradicionais. És um repórter dos media tradicionais, qual é a tua opinião sobre estes repórteres dos novos media?
Stephen Colbert: Jon, a grande maioria dos bloggers são repórteres responsáveis que abordam temas de nicho de forma séria, como histórias sobre a séria "Gilmore Girls", truque giros que os seus gatos fazem, ou fotografias das personagens de "Gilmore Girls" vestidas de gatas. Até aqui, tudo bem. O que eu não posso é com os bloggers agressivos. Gente com computador que recolhe, compila e divulga factos verídicos, que depois são lidos pelo público. Não têm credibilidade, só têm factos. Poupem-me!
VÍDEO LEGENDADO EM PORTUGUÊS
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